segunda-feira, 17 de março de 2014

Educadoras piauienses participam de intercâmbio sobre educação contextualizada

A Secretaria Estadual de Educação do Piauí promoveu no período de 11 a 14 de março um intercambio de experiência com o grupo de 13 educadoras que irão participar do projeto de educação contextualizada no semiárido piauiense, através do Projeto Mais Viver Semiárido.
O intercâmbio começou pelo município de Pedro II, onde as educadoras conheceram o trabalho desenvolvido pela Ecoscola Thomas a Kempis vinculada ao Centro de Formação Mandacaru, onde tiveram a oportunidade de trocar experiência sobre os projetos educativos desenvolvidos na área da agroecologia e da educação contextualizada.
Nos dias 12 e 13 de março, o grupo deslocou-se para o município de Tamboril, no Ceará, o "Projeto Educação Contextualizada - convivendo com o semiárido" desenvolvido no município a mais de sete anos, envolvendo todas as escolas da zona rural do município.
Por meio da Educação Contextualizada alunos e famílias das 41 escolas da zona rural têm sido envolvidos em atividades modulares que valorizam e destacam o semiárido, facilitando o aprendizado e a convivência de todos nesta região, em que água não é algo muito fácil. São 291 educadores, que passam por uma formação continuada na nova proposta para repassar aos 3.214 alunos e seus familiares.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de Tamboril, os módulos de formação são direcionados ao reconhecimento de princípios históricos e geográficos da região semiárida, suas características geofisiológicas, climáticas, ambientais, sócio-políticas, econômicas e cultural, potencializando as vocações humanas e geográficas através das diversas experiências alternativas de convivência com o semiárido. Seis eixos temáticos compõem a proposta, implantada na rede municipal de ensino da zona rural de Tamboril. A partir deste ano começa a sensibilizar professores e alunos da zona urbana: planejamento, contação de histórias e dinâmica de grupo, convivência com semiárido, soberania e segurança alimentar, agricultura familiar e agroecologia.
Para Graça Farias, Secretária de Educação, “a educação contextualizada é um novo jeito de educar, que nasce do próprio chão, partindo da nossa realidade e tem como objetivo fazer com que a pessoa conhece o seu habitat, valorize e nele se fixe. Somos modelo em nível nacional, já apresentamos a experiência em vários locais e temos professores fazendo pesquisas e teses de mestrado e doutorado sobre a proposta, que aqui no município universalizaremos",
Para o prefeito de Tamboril, Ramiro Júnior, o projeto de educação contextualizada traz grandes avanços, especialmente na formação da consciência crítica de alunos, professores e as famílias de um modo geral. "É um referencial forte e forma o cidadão crítico no seu meio, com foco no conhecimento da realidade, além de ultrapassar os muros da escola. Investimos porque vimos a importância da proposta", destaca o prefeito de Tamboril. A experiência serve de referência para outras unidades, pela viabilidade da metodologia utilizada.

quinta-feira, 13 de março de 2014

UNEB promove aula inaugural do Mestrado em Educação no Semiárido

A Universidade do Estado da Bahia, Campus de Juazeiro, realizou na última segunda-feira (10/03), a Aula Inaugural do Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos, do Programa de Pós-Graduação em Educação Contextualizada ao Semiárido (PPGESA), com a palestra “Descolonização dos saberes e das culturas nos Territórios Semiáridos”, ministrada pelo prof° Jassen Felipe da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco.
Para Jassen a chegada deste mestrado na e sobre a região é uma oportunidade para “construir ciência a partir das nossas inquietações”. Nesse sentido, evidenciou que ao estudar e pesquisar educação contextualizada, é preciso desenvolver metodologias também contextualizadas ou reinventar as que já são utilizadas, de forma que envolva e aproxime mais a academia do ambiente pesquisado. Nessa perspectiva, opinou sobre a proximidade que o Programa precisa manter com a educação básica e os espaços informais de educação, tornando-se inclusive um curso de referência também neste sentido.
Fruto de uma caminhada insistente e referenciada em inúmeros estudos e experiências consolidadas, a exemplo do riquíssimo trabalho desenvolvido pela Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (RESAB) e das instituições que a ela estão articuladas é que a Universidade do Estado da Bahia – UNEB vem pautando no âmbito do Ensino Superior e, consequentemente, na Educação Básica, a Educação Contextualizada como um dos pilares fundamentais a um projeto de sociedade que se proponha inovador, inclusivo e auto-sustentável.
Um dos principais objetivos do PPGESA é promover a reflexão sobre os contextos semiáridos como estratégia de fortalecimento territorial e base para a construção de um projeto de sociedade fundado na perspectiva da convivência com a diversidade ambiental, cultural, política, social e econômica, e favorável à superação das assimetrias territoriais/regionais, onde o maior desafio é a formação de Mestres, e quiçá, mais à frente de Doutores  comprometidos com a perspectiva da contextualização enquanto matriz formadora e fundamental ao ensino, à pesquisa e a extensão na promoção da sustentabilidade dos territórios semiáridos.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Fechamento de escolas no campo preocupa educadores e movimentos sociais

De acordo com os dados do Censo Escolar, nos últimos dez anos, são 32,5 mil unidades a menos no campo. Somente no ano passado 3.296 escolas desse tipo foram fechadas no país. Agora, há 70,8 mil escolas no campo, ante 103,3 mil em 2003.

O fechamento das escolas do campo é motivo de preocupação dos educadores, movimentos sociais, sindicatos rurais e do próprio governo federal, que há dois anos enviou ao Congresso um projeto para estancar essa redução anual.
A proposta, aprovada somente na semana passada no Senado e agora no aguardo da sanção da presidente Dilma, fala nos transtornos à população rural, que "ou deixa de ser atendida, ou passa a demandar serviços de transporte escolar" –daí a ideia de exigir estudos e consulta prévia à comunidade sobre o fechamento ou não das escolas.
Para os movimentos sociais essa prática de fechamento das escolas do campo é um crime contra o direito das populações camponesas terem acesso à educação em suas comunidades sem terem que se sacrificarem para deslocarem com transporte escolar precários para os centros urbanos para terem acesso ao direito básico à educação.
Em muitos casos, prefeituras e Estados alegam os custos de manutenção e problemas de estrutura nas escolas do campo. Para isto, adotam a prática de "nucleação", quando várias escolas menores são unidas em uma só "escola-polo", maior que as primeiras, ainda na zona rural.
Com o fechamento das escolas, os alunos se vêm obrigados a se deslocarem diariamente em estradas precárias que aumenta o tempo da viagem e o cansaço para a jornada de estudo. Além do risco à segurança das crianças, devido também às condições do transporte escolar em alguns locais, federações de agricultores dizem que a medida acelera o abandono das famílias do campo, facilita a evasão escolar e impede a participação deles na comunidade.
Para os movimentos sociais, o maior problema da educação do campo também é a falta de investimento na estrutura das escolas ao longo dos anos, o que colabora para que sejam fechadas. Com a precariedade das escolas e ausência de materiais didáticos, os próprios pais também se vêm obrigados a mudarem seus filhos de escolas, como forma de garantir um estudo melhor. Com isto, há um esvaziamento em algumas unidades de ensino.
"Há uma ausência do Estado, que não reforma, não amplia [as escolas]. As famílias dizem: como vou dizer para meu filho continuar aqui, se não tem carteira, não tem banheiro?", afirma José Wilson Gonçalves, da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).

Campo sem escola
Para Bernardo Mançano Fernandes, da Cátedra Unesco de Educação no Campo, o fechamento dessas escolas se deve ao avanço das grandes plantações, que reduz o número de trabalhadores no campo, e à falta de investimento das prefeituras. Segundo ele, o fechamento começou há mais de 20 anos – e deve continuar.
Ainda de acordo com Mançano, a nucleação pode ser uma alternativa para a melhoria de algumas escolas do campo. "Desde que não seja um projeto só da secretaria, mas sim da secretaria em conjunto com a comunidade."
Para João Batista Queiroz, professor de licenciatura em educação no campo na UnB (Universidade de Brasília), a extinção de escolas no interior também pode estimular o êxodo rural. Para ele, o baixo número de alunos não pode ser justificativa para o fechamento, uma vez que as comunidades podem investir em alternativas pedagógicas próprias. Uma delas é a alternância, na qual os alunos intercalam períodos em sala de aula, em regime de internato, com períodos na casa dos pais.
 Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 1 de março de 2014

UFPI abre processo seletivo para Licenciatura em Educação do Campo


A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulga o Edital N°001/2014, contendo o Processo Seletivo para o curso de Licenciatura em Educação do Campo 2014.1. O processo destina-se a preencher 240 (duzentas e quarenta) vagas, no curso de Licenciatura em Educação do Campo, ofertadas pelo Programa de Apoio às Licenciaturas em Educação do Campo - PROCAMPO/UFPI.
O curso de Licenciatura em Educação do Campo destinar-se-á a professores que se encontrem em pleno exercício da docência nas Redes Municipal e/ou Estadual de Ensino, lotados nas escolas do campo. Serão destinadas, também, vagas aos egressos de Escolas Família Agrícolas, remanescentes de área quilombola, assentados e acampados da reforma agrária, moradores de área rural e participantes de instituições e movimentos sociais que atuam no espaço socioterritorial do campo, desde que tenham concluído o ensino médio ou curso equivalente, à época da matrícula na UFPI.
Serão oferecidas 240 (duzentas e quarenta)vagas a serem preenchidas pelos candidatos com melhor desempenho no Processo Seletivo para o curso de Licenciatura em Educação do Campo 2014.1, assim distribuídas:
a) 60 vagas - Licenciatura em Educação do Campo/Ciências da Natureza – Campus Ministro Petrônio Portella (Teresina);
b) 60 vagas - Licenciatura em Educação do Campo/Ciências da Natureza – Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (Picos);
c) 60 vagas - Licenciatura em Educação do Campo/Ciências da Natureza – Campus Amilcar Ferreira Sobral (Floriano);
d) 60 vagas – Licenciatura em Educação do Campo/Ciências Sociais e Humanas – Campus Professora Cinobelina Elvas (Bom Jesus).
 A solicitação de inscrição será efetuada exclusivamente via internet, no endereço eletrônico www.ufpi.br/copese, a partir das 09h do dia 27/02/2014 até às 23h59 min do dia 27/03/2014, observado o horário local.
Clique aqui e confira o Edital.