domingo, 11 de dezembro de 2011

Os descasos com a Educação Infantil no Campo

Os dados da Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pnera) de 2005 demonstram que apenas 5% das crianças até os seis anos de idade frequentam escolas da educação infantil no campo. E somente 3% estão em creches.
Diante desse contexto, representantes de movimentos sociais, professores, pesquisadores, técnicos dos ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário vem discutindo a adoção de medidas para universalizar o acesso à educação infantil no Campo.
Para o diretor de Educação e Diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Armênio Belo Schimidt, há a idéia equivocada de que a oferta do ensino está disponível a todos. “Essa universalização se dá na cidade, não no campo”, disse.
Estão matriculados no ensino fundamental 97% das crianças e jovens brasileiros, o que leva muitos a concluir que o atendimento nessa etapa do ensino é universal. Segundo Schimidt, as crianças e jovens que moram no campo não têm acesso à educação. “Os 3% fora da escola estão nas populações das periferias, do campo, ou são quilombolas ou indígenas”, destacou. 
Geralmente, as crianças que não freqüentam as escolas recebem formação em casa, de suas mães, segundo Andrea Buto, assessora especial do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Por isso, de acordo com Andrea, é preciso discutir também a situação das mulheres do campo ao tratar de educação infantil. As mulheres formam 47% da população do campo, trabalham a metade do tempo, em relação aos homens, e ainda cuidam da casa e da formação dos filhos, disse Andrea. Mas apenas um terço delas apresenta algum grau de remuneração.
Na visão da assessora, é preciso criar condições de igualdade entre homens e mulheres no campo e universalizar o acesso à educação para que esse direito não fique sob responsabilidade exclusiva das mulheres. “A responsabilidade de formar as crianças deve ser coletiva”, defendeu.
A educação infantil é uma fase fundamental para o desenvolvimento integral das crianças, portanto, um direito fundamental e essencial à infância do campo. Daí a importância dos movimentos sociais do campo, educadores e pesquisadores ampliarem a luta em defesa da educação infantil do campo. Todas as crianças tem direito à educação. Todas as crianças tem direito à aprender e ser feliz.
Fonte: MEC

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lançamento: Formação Continuada de Professores no Semiárido


Será lançado no dia 02 de dezembro, a partir das 15h, na Universidade Estadual do Piauí, Campus Poeta Torquato Neto, o livro “Formação continuada de professores no Semiárido: ressignificando saberes e práticas”, de autoria do professor da UFPI, Elmo de Souza Lima.
O trabalho tem o propósito de refletir sobre o projeto de formação docente desenvolvido pela Escola de Formação Paulo de Tarso no semiárido piauiense, voltado para a valorização e a ressiginificação dos saberes docentes por meio da “problematização das práticas pedagógicas” e a “dialogicidade” construída com o contexto sociopolítico e cultural do semiárido.
O livro demonstra que os processos formativos são construídos a partir da valorização da cultura local e dos saberes produzidos a partir dos diálogos críticos e reflexivos estabelecidos entre os conhecimentos escolares e os saberes sociais oriundos da vivência cotidiana no semiárido. Aponta também que as reflexões críticas desenvolvidas pelos docentes sobre o contexto sociohistórico e cultural do semiárido, oportunizaram a construção de um novo olhar sobre a região e a (re)construção de suas práticas a partir da contextualização do processo ensino-aprendizagem.

A obra publicada através da Editora da Universidade Federal do Piauí (EDUFPI) está sendo vendido no valor de R$ 25,00 e pode ser adquirido através dos contatos: (86) 9976-8944 ou 3227-8549 - E-mail: elmolima@gmail.com

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Os desafios de trabalhar a história da África nas escolas do semiárido

Durante o mês de novembro centenas de escolas do semiárido realizaram atividades em comemoração a Semana da Consciência Negra, principalmente no 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. No entanto, muitas dessas ações não passam de eventos folclóricos com fortes traços lúdicos, desconstituídos de um olhar crítico acerca da história dos negros no Brasil e dos processos de dominação e silenciamento os quais foram e são submetidos, inclusive no contexto das salas de aula.
Isto demonstra que muitos são os desafios que precisam ser enfrentados pelos educadores, movimentos negros e demais profissionais da educação no sentido de construir projetos educativos que desconstruam os preconceitos raciais presentes, tanto na sociedade quanto no currículo das escolas.
Se até pouco tempo atrás a questão da igualdade racial e da educação étnico-racial era ignorada por muitos educadores, a partir de 2003, com a promulgação da lei 10.639/2003, que institui a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, esse debate não pode continuar sendo negado e/ou silenciado no contexto das escolas.
Entretanto, esse não é um trabalho fácil, pois convivemos com inúmeros professores formados a partir de uma pedagogia colonizadora, que sempre teve como referência os valores e princípios brancos e europeus, que nega e silencia as inúmeras vozes e histórias dos negros, índios, dentre outros povos.
Diante desse contexto, precisamos ampliar os debates acerca da educação étnico-racial nas escolas do semiárido com o intuito de contemplar a história e a cultura dos afro-brasileiros que vivem e produz saberes e conhecimento nas inúmeras comunidades Quilombolas espalhadas pelo semiárido brasileiro.
Com o intuito de contribuir com o trabalho dos professores, o Ministério da Educação (MEC) e várias outras organizações sociais vem dedicando-se na produção de materiais didáticos que ajudem as escolas na construção de práticas educativas multiculturais. Vejam alguns desses materiais:

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Piauí é o segundo estado com mais analfabetos


O Censo 2010 divulgado nesta sexta-feira (29) pelo IBGE apontou que o país tem 14.612.183 de analfabetos entre mais de 162 milhões de brasileiros com mais de dez anos de idade, o que representa 9,02% da população a partir desta faixa etária. Destes, 9,4 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever vivem em áreas urbanas e 5,2 moram em zonas rurais.
O Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo, com 17,6% da população com mais de dez anos de idade. No Norte, o índice registrado foi de 10,6%. No Centro-Oeste, o analfabetismo atinge 6,6% da população, segundo o Censo 2010. No Sudeste, o índice é de 5,1%. No Sul, a taxa de analfabetismo registrada foi de 4,7%, a menor do país.
Entre os estados, o maior índice de analfabetismo foi registrado em Alagoas, com 22,52% da população acima de dez anos de idade. Em seguida aparecem Piauí (21,14%) e Paraíba (20,20%). O menor índice é do Distrito Federal (3,25%), seguido por Santa Catarina (3,86%), Rio de Janeiro e São Paulo (ambos com o índice de 4,09%).
Segundo os dados do IBGE no Piauí, os municípios pequenos do semiárido são os que apresentam os maiores índices de analfabetismo, devido a falta de políticas públicas no âmbito municipal voltado para a escolarização dos jovens e os adultos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

10% dos professores do país fazem 'bico' para aumentar a renda


Pesquisa realizada no mês passado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) demonstra que mais de 266 mil professores da educação básica do país possuem uma segunda ocupação fora do ensino, um "bico".
Os professores com segunda ocupação representam 10,5% do magistério nacional, índice bem acima do da população brasileira (3,5% têm outro trabalho). O estudo usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.
Alguns dos mais frequentes "bicos" dos docentes são os de vendedores em lojas e os de funcionários em serviços de embelezamento. Para os autores do estudo, a maior incidência do "bico" entre os professores está relacionada aos baixos salários.
Tanto o Ministério da Educação quanto os secretários estaduais admitem que os salários dos professores estão longe do ideal. Afirmam, porém, que têm melhorado.
É quase impossível os docentes desenvolverem um ensino de qualidade de tempo para se dedicar ao planejamento e o desenvolvimento de suas aulas, por isto é necessário e urgente a valorização dos docentes com uma remuneração mais justa e digna.

domingo, 30 de outubro de 2011

Professor da UNEB lança livro sobre educação do campo


O professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Edmerson dos Santos Reis, Doutor em Educação, militante e pesquisador da Educação do Campo, está lançando em novembro, seu segundo livro “Educação do Campo: escola, currículo e contexto”.
A obra aponta as raízes da descontextualização da Educação no Campo Brasileiro e a exclusão dos sujeitos ao direito de uma educação escolar contextualizada com o seu meio de vivencia. Mostra também, a luta dos camponeses pela terra como fonte de vida, em contramão ao latifúndio que ver a terra  somente para fins lucrativos.
A publicação é resultado da pesquisa desenvolvida no curso de doutorado em educação, na qual o autor apresenta com riqueza de detalhes, a experiência de contextualização da educação escolar vivenciada na Escola Rural de Massaroca (ERUM) no município de Juazeiro - Estado da Bahia.  “Traz para os leitores e leitoras o processo de construção de práticas educativas, mediantes as quais se dá a contextualização do currículo no diálogo de conhecimentos e saberes. Mostra os caminhos trilhados pelos diversos atores - professores, estudantes e agricultores, técnicos, pesquisadores, gestores e gestoras – ensinando e aprendendo a ressignificar o saber escolar".
O texto propõe uma reflexão sobre a trajetória da Educação no Semiárido Brasileiro que sempre foi estigmatizado pelas demais regiões do país como a região da inviabilidade, desconsiderando todas as suas potencialidades e a sua gente, e sobre a construção de um novo currículo escolar para os estudantes dessas localidades, que paute-se pelo desenvolvimento de atitudes voltadas à construção de um projeto de desenvolvimento de nação, sustentável, solidário e integrado, que tenha nos povos e no campo uma possibilidade de inclusão e de correção das desigualdades construídas historicamente.
O livro pode ser adquirido através da Associação de Desenvolvimento e Ação Comunitária (ADAC) - E-mail: adacsf@yahoo.com.br ou (74) 3613-3083.