Na tarde da última segunda-feira (16/03) foi realizada a Roda de Conversa
sobre “os avanços e desafios das políticas de Educação do Campo no Brasil”,
promovida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação do Campo (NUPECAMPO),
da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O evento aconteceu na sala de vídeo do
Centro de Ciências da Educação (CCE), às 15h.
A Roda de Conversa contou com a participação da Professora da Universidade
Federal da Paraíba, Dra. Maria Socorro Xavier Batista, que desenvolve pesquisas
sobre Educação Popular, Movimentos Sociais e Educação do Campo. No evento, ela abordou
a conjuntura atual da Educação do Campo no Nordeste, destacando os desafios
enfrentados pelos movimentos sociais e povos do campo com os cortes das
políticas educacionais para este território.
Esteve presente também o presidente da Associação Regional das Famílias
Agrícolas do Piauí (AEFAPI), Leandro Paz, que propiciou um debate sobre as
Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) no Piauí, que promovem
educação aos sujeitos do campo por meio da pedagogia da alternância, com a
oferta de cursos técnicos nas áreas de Agropecuária, Agroindústria,
Zootecnia e Turismo. Paz destacou que as 17 EFAs do Piauí recebem recursos do
Governo do Estado para garantir a manutenção das escolas e a contratação dos
professores. O maior desafio é a formação e a rotatividade dos professores que
atuam nestas instituições de ensino.
Segundo o professor de Sociologia, Saulo Albuquerque Gomes, do curso de
Licenciatura e Educação do Campo (LEDOC) da UFPI, campus de Floriano, é
necessário entender e aprender a conjuntura enfrentada na área da Educação do Campo
e fomentar a formação política dos camponeses com propósito de fortalecer a
luta na defesa dos direitos dos povos do campo. “Não é momento de conquistar, é
momento de manter as conquistas”, afirma.
O representante do movimento estudantil, Messias Nassau, do curso de
Licenciatura em Educação do Campo, reafirmou a relevância das lutas dos
estudantes e dos movimentos sociais para garantir o acesso dos jovens do campo
à universidade. Destacou também que as lutas desenvolvidas pelos estudantes da
LEDOC na UFPI têm contribuído na melhoria da qualidade do curso e na formação
crítica destes jovens. “Quem oxigena a
Licenciatura em Educação do Campo são os estudantes”, ressalta.