segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pedagogia da alternância apresenta bons resultados na região sisaleira

Ação - TV Globo
07/05/2011
A Apaeb dá um exemplo de empreendedorismo social na região sisaleira da Bahia. Por muito tempo, a produção do sisal esteve associada ao trabalho infantil. Essa situação mudou com o apoio da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira. Para isso, a associação fez um investimento na infância e na educação.

O trabalho pesado na região sisaleira é tarefa para os homens. Não faz muito tempo, as crianças do sertão baiano aos sete ou oito anos trocavam a escola pelo trabalho com o sisal. Erradicar o trabalho infantil na região é uma das conquistas da Apaeb.

Há três décadas a associação trabalha com os produtores de sisal. Mas é preciso cuidar das próximas gerações. Para investir em educação, foi fundada a escola familiar agrícola.

A escola recebe os filhos dos pequenos produtores. São 70 alunos da quinta à oitava série.

“Eu pretendo me especializar em técnicas agrícolas e também ser engenheira agrônoma”, avisa a aluna Tainá de Oliveira.

“Eu quero ser veterinário e técnico agrônomo”, planeja o aluno Laniel Lima.

Além das matérias convencionais, os alunos aprendem técnicas agrícolas. Eles estudam em regime de alternância, ou seja, ficam uma semana na escola e outra em casa.

“Eles levam muitas responsabilidades para assumirem junto com a família. Esse modelo de escola requer bastante compromisso da família”, lembra a professora Jandilma Oliveira Lima.

Esse modelo de ensino surgiu na França e chegou ao Brasil na década de 60.

“Esse modelo não forma profissionais, mas sim cidadãos para a vida. As pessoas que estudam na Escola Familiar Agrícola acabam adquirindo muito conhecimento e uma facilidade de participar de atividades sociais, de assumirem uma direção de uma associação, de uma cooperativa”, explica Jonilson Oliveira Lima, coordenador da Escola Família Agrícola.

“Eles fazem um processo de atividade rotineira tanto de manutenção do setor de alimentação quanto de higienização do processo de comedouros e bebedouros”, esclareceu Elton Silva Gomes, técnico da Fundação Apaeb.

Na semana que estão em casa, os alunos repassam o que aprenderam para a família e a comunidade.

“Nós já temos hoje mais de 200 escolas famílias a nível de Brasil. A Bahia tem por volta de 34 escolas. É uma pedagogia que a gente percebe que tem dado resultado. O jovem do meio rural passa a conhecer mais a sua realidade, a sua importância. Quando iam para a cidade para dar sequência aos estudos, os filhos não queriam mais retornar ao campo. Isso estava se agravando bastante e crescendo muito o êxodo rural”, explica Jonilson Oliveira Lima.


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

RESAB elabora projeto de Especialização em Educação Contextualizada no Semiárido para Território Vale do Guaribas




A Rede de Educação no Semiárido Brasileira (RESAB) está finalizando o Projeto de Especialização em Educação contextualizada no Semiárido para ser implementado no Território Vale do Guaribas, tendo como município de Picos como município-pólo.
O Território da Cidadania Vale Do Guaribas - PI abrange uma área de 22.822,40 Km² e é composto por 39 municípios, envolvendo uma população total de 332.746 habitantes, dos quais 182.642 vivem na área rural, o que corresponde a 54,89% do total. Além disso, possui 47.428 agricultores familiares, 1.193 famílias assentadas e 21 comunidades quilombolas. Todos os municípios do Territórios estão na região semiárida.
O Curso de Especialização será organizado a partir de 3 eixos temáticos: Ambiente Semiárido: aspectos sociais, culturais, históricos e econômicos; Educação, Cultura e diversidades culturais no Semiárido; e Pesquisa em Educação no Semiárido. Deverá capacitar 45 professores da rede pública de ensino para trabalhar uma proposta de educação voltada para a convivência com o Semiárido que procure valorizar a cultura os sertanejos e discutir alternativas de desenvolvimento sustentável para da região.
O projeto será desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), as prefeituras municipais e as entidades e movimentos sociais que discutem as políticas de educação para a convivência com o Semiárido. Além desses parceiros, a RESAB estará negociando uma parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) a fim de ter o apoio financeiro da instituição para custear as despesas do curso. A idéia da RESAB é oferecer o curso de forma gratuita para os professores, facilitando a participação daqueles docentes que estão desenvolvendo suas atividades nos pequenos municípios, principalmente aqueles que atuam nas escolas do campo.