domingo, 30 de outubro de 2011

Professor da UNEB lança livro sobre educação do campo


O professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Edmerson dos Santos Reis, Doutor em Educação, militante e pesquisador da Educação do Campo, está lançando em novembro, seu segundo livro “Educação do Campo: escola, currículo e contexto”.
A obra aponta as raízes da descontextualização da Educação no Campo Brasileiro e a exclusão dos sujeitos ao direito de uma educação escolar contextualizada com o seu meio de vivencia. Mostra também, a luta dos camponeses pela terra como fonte de vida, em contramão ao latifúndio que ver a terra  somente para fins lucrativos.
A publicação é resultado da pesquisa desenvolvida no curso de doutorado em educação, na qual o autor apresenta com riqueza de detalhes, a experiência de contextualização da educação escolar vivenciada na Escola Rural de Massaroca (ERUM) no município de Juazeiro - Estado da Bahia.  “Traz para os leitores e leitoras o processo de construção de práticas educativas, mediantes as quais se dá a contextualização do currículo no diálogo de conhecimentos e saberes. Mostra os caminhos trilhados pelos diversos atores - professores, estudantes e agricultores, técnicos, pesquisadores, gestores e gestoras – ensinando e aprendendo a ressignificar o saber escolar".
O texto propõe uma reflexão sobre a trajetória da Educação no Semiárido Brasileiro que sempre foi estigmatizado pelas demais regiões do país como a região da inviabilidade, desconsiderando todas as suas potencialidades e a sua gente, e sobre a construção de um novo currículo escolar para os estudantes dessas localidades, que paute-se pelo desenvolvimento de atitudes voltadas à construção de um projeto de desenvolvimento de nação, sustentável, solidário e integrado, que tenha nos povos e no campo uma possibilidade de inclusão e de correção das desigualdades construídas historicamente.
O livro pode ser adquirido através da Associação de Desenvolvimento e Ação Comunitária (ADAC) - E-mail: adacsf@yahoo.com.br ou (74) 3613-3083.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Educadores lançam manifesto contra fechamento de escolas no meio rural


Um grupo de professores, intelectuais e entidades da área da educação assinaram manifesto lançado pelo MST, nesta sexta-feira (14/10), que denuncia o fechamento de 24 mil escolas na área rural e cobra a implementação de políticas que fortalecimento da educação no meio rural.
“Fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!”, denuncia o documento.
Entre 2002 e 2009, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
O manifesto é assinado pela filósofa Marilena Chauí, professora de Filosofia da Universidade de São Paulo, os educadores Dermeval Saviani, doutor em Filosofia da Educação e professor da Universidade Estadual de Campinas, Gaudêncio Frigotto, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Entre as entidades, subscrevem o documento a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Ação Educativa.
No Piauí, dezenas de escolas são fechadas a cada ano pelos gestores públicos municipais, obrigando centenas de crianças deslocarem-se de suas comunidades em transporte precários para estudar na cidade, recebendo uma formação deslocada do seu contexto social. No entanto, pouco tem sido feito nesses municípios, tanto pelos educadores quanto pelas entidades da sociedade civil, para combater essas práticas que muito prejudica no desenvolvimento sociocultural e intelectual das crianças do campo.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Docentes não estão preparados para usar computadores que chegam às escolas


Embora ainda sob avaliação do governo federal, o programa Um Computador por Aluno (UCA) já recebeu adesão de 220 municípios e Estados interessados em comprar 204 mil máquinas.
Para aproveitar a isenção fiscal que reduz o preço de cada equipamento para até R$ 344, parte das secretarias de Educação comprou os netbooks antes de capacitar professores. Pesquisa do Instituto de Economia da UFRJ mostra que a preparação dos docentes é uma barreira para o sucesso do programa.
Em seis municípios que integraram o projeto-piloto, foi relatada preocupação dos professores com a “falta de planejamento”, a “chegada brusca” dos netbooks e a falta de estrutura física e elétrica. Mas docente reconheceram os benefícios do uso dos equipamentos, como a inclusão digital dos alunos e das famílias.
Na primeira fase, o governo distribuiu 150 mil computadores a 300 escolas. Na etapa atual, lançada em dezembro passado, foi feito registro de preços para 600 mil netbooks, que custam R$ 344,18 no Centro-Oeste, no Norte e no Sudeste e R$ 376,94 no Nordeste e no Sul. Cada Estado ou município decide se adere ou não, pagando com recursos próprios ou a partir de linha de financiamento do BNDES.
Para o Ministério da Educação, os efeitos concretos só poderão ser percebidos a longo prazo. “Pode levar até cinco anos para conseguirmos provar se aquela ferramenta melhorou a capacidade de aprendizagem”, afirma Mauro Moura, coordenador de Tecnologia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que gerencia o UCA.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Brincadeiras antigas são substituídas pelos jogos eletrônicos

Esconde - esconde, pique - pega, cinco-marias, brincadeira de roda, pular corda, lobo mau, escravos de jó, amarelinha e tantas outras brincadeiras que fizeram e hoje pouco ainda fazem alegria de muitas crianças.
É bem provável que dependendo da sua idade, você nem saiba de brincadeiras são essas, mas com certeza se perguntar a uma pessoa que já passou dos 20 anos, ela saberá.
Brincar na rua era pura diversão e o uso da criatividade e da imaginação faziam com que a alegria de várias crianças se juntasse em um único mundo.
Era saudável, era o momento de fazer novos amigos, um mundo totalmente divertido e que na época jamais poderíamos imaginar que hoje a bola seria trocada pelo computador, a boneca pelo celular e os carrinhos pelo vídeo-game. 
As brincadeiras se modernizaram, ficaram virtuais, tecnológicas e hoje em dia já não é preciso sair de casa (e não é tão seguro como anos atrás) para conhecer o vizinho ao lado e muito menos um novo amigo virtual que pode estar do outro lado do mundo.
Se falarmos nas brincadeiras de hoje, vamos falar do vídeo-game cada vez mais moderno, as bonecas virtuais e os jogos de futebol através de Wii.
É importante que a criança brinque, é através das brincadeiras que uma criança começa a se desenvolver.
A psicopedagoga Ângela Munhoz diz que “Brincar pode prender totalmente a atenção da criança. Há muito que explorar no mundo: forma, textura (áspero, liso, escorregadio) consistência (duro, macio) cor, gosto. Tudo deve ser explorado, sentido, cheirado, experimentado.”
Mais com a correria do dia a dia e com a tecnologia as crianças acabam se isolando dentro de casa, já que com um simples botão e um controle remoto é capaz de “viver” em vários mundos lá fora.
É fundamental que os pais tirem um tempo e leve a criança para passear, brincar ao ar livre, correr, pular. É coisa de criança, faz bem e isso faz com que esta criança passe a deixar o mundo virtual para conhecer o mundo real.
Aproveite o feriado do dia das crianças, não importa sua idade, brinque se divirta e mostre para a galerinha nova que é possível se divertir sem tecnologia.
Por Gabrielle Cunha

Comunidades rurais concentram maior número de pessoas excluídas da educação


Uma pesquisa mostra que a maioria dos adultos que buscam se alfabetizar é originária da zona rural. Este estudo que busca traçar o perfil das pessoas que se alfabetizam tardiamente e entender quais os motivos que as levaram a não estudar quando crianças foi desenvolvido pela educadora Vanessa de Oliveira Pupo na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisadora observou que a maioria dos adultos que buscam a alfabetização veio da zona rural, e essa origem os distinguia dos que moravam na zona urbana na época em que eram crianças, fazendo-os ter um modo de vida diferente. Modo de vida esse que acabava não valorizando a educação escolar.
A pesquisadora entrevistou 483 adultos matriculados em séries de alfabetização (1ª a 4ª série) na cidade de Piracicaba, em todas as escolas municipais que ofereciam este tipo de curso, por meio de questionários pessoais. Segundo a educadora, os entrevistados tinham disposições culturais diferentes da cultura propagada no cenário urbano na época em que eram crianças. Com as informações coletadas, foi observado que a maioria dos novos estudantes tinha mais de 50 anos (190 pessoas da mostra), que os gêneros estavam equiparados (51% de mulheres e 49% de homens), assim como a etnia (50% de brancos e 50% de negros e pardos). As ocupações mais comuns foram doméstica, dona de casa, pedreiro e desempregado.
Dos 483 estudantes, 68% são originários da zona rural e lá moravam em sua idade escolar. Seus pais ou irmãos também não foram alfabetizados, o que demonstra terem sido criados com uma cultura onde o estudo não é prioridade. Já seus filhos são alfabetizados, havendo uma mudança nessa cultura, que pode ser explicada inclusive por causa das exigências do mundo em que vivem hoje. Essas exigências do mundo atual e a inserção social possibilitada pela educação são alguns dos principais motivos apontados pelos alunos para que tenham tomado a iniciativa de voltar a estudar. Segundo a pesquisa, os entrevistados desejavam arrumar emprego, ajudar os filhos na escola, aumentar sua auto-estima e "deixar de ser cego" na sociedade. "Tais informações mostram que o grupo reconhece a importância da educação e a visualizam como ferramenta para a mobilidade social, tanto que eles colocaram seus filhos na escola", diz Vanessa.
Dívida histórica - Para a pesquisadora, a principal função de seu estudo é mostrar para a sociedade quem e como são os adultos que estão dentro das salas de alfabetização. Vanessa diz que ao iniciar a coleta de dados, verificou que não havia um histórico do perfil dos alunos na secretaria municipal de educação, o que tornou a pesquisa útil para o município para saber quem são os alunos que passaram pelas escolas no ano de 2009. A educadora acredita haver uma divida histórica com estas pessoas, que são tradicionalmente excluídas da sociedade, e que é necessário saber quem eles são e quais os fatores que os afastaram da escola.