segunda-feira, 24 de agosto de 2015

RESAB realiza Curso de Formação de Formadores em Educação Contextualizada no Piauí

A Rede de Educação no Semiárido Brasileiro (RESAB) e a Universidade Federal do Piauí realizaram nos dias 21 e 22 de agosto/2005, a primeira etapa do Curso de Formação de Formadores/as em Educação contextualizada no Semiárido, voltado à capacitação de 25 educadores/as que irão compor o Núcleo de Formadores da RESAB no Piauí.
A proposta de formação está organizada em quatro módulos temáticos voltados à discussão, por um lado, dos aspectos sócio-históricos, políticos, econômicos e culturais do semiárido e, por outro, dos aspectos teórico-metodológicos e políticos pedagógicos que norteiam os projetos de educação para a convivência. Os módulos serão desenvolvidos a partir das seguintes temáticas:
Módulo I: Semiárido Brasileiro: aspectos sócio-históricos, geoambientais, políticos e culturais;
Módulo II: Educação Contextualizada no Semiárido: bases teóricas e concepções político-pedagógicas
Módulo III: Práticas educativas no contexto do Semiárido: referenciais teórico-metodológicos
Módulo IV: Currículo, cultura e conhecimento: estratégias de integração e contextualização dos projetos educativos
A metodologia de trabalho baseia-se na pedagogia freireana e na educação popular, tendo como eixo central a problematização das condições socioeconômicas, políticas e culturais do semiárido, bem como, dos pressupostos teórico-metodológicos que dão sustentação às práticas educativas desenvolvidas nas escolas do semiárido.
Nesta primeira etapa, o prof. Antônio Fonseca Neto, da Universidade Federal do Piauí, fez uma discussão sobre os “Aspectos históricos do semiárido brasileiro e piauiense” e a Profa. Liège Moura, da Universidade Estadual do Piauí, apresentou as “Bases Conceituais do semiárido brasileiro”. Em seguida, os participantes construíram um conjunto de recomendações e estratégias didáticas e pedagógicas para a formação de professores na perspectiva da educação contextualizada semiárido, assim como, assumiram o compromisso de iniciar este trabalho de formação nos seus municípios.
O Curso contou com a participação de 24 pessoas, oriundas da região de Picos, Valença, Pedro II, São Raimundo Nonato e Teresina. Os participantes são coordenadores pedagógicos de escolas públicas, educadores populares, professores universitários, técnicos vinculados a Secretaria Estadual e Municipal de Educação e estudantes do Curso de Pedagogia da UFPI, que atuam em projetos de educação contextualizada no semiárido no Piauí.
A atividade foi desenvolvida em parceria com a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Cáritas Regional do Piauí, Escola de Formação Paulo de Tarso, Secretaria Estadual de Educação do Piauí (SEDUC), Cooperativa de Produção e Serviços de Técnicos Agrícolas do Piauí (Cootapi), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Sindicato dos Servidores Municipais de Picos(SINDSERM-PICOS), Centro de Formação Mandacaru, Secretarias Municipais de Educação de Picos, Ipiranga e Itainópolis e a Emater – PI.

domingo, 9 de agosto de 2015

Escolas Famílias Agrícolas se destacam entre as melhores do país no Enem

Estudo da realidade

No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014, as Escolas Familiares Agrícolas estão entre as melhores instituições privadas do país que atendem alunos de nível socioeconômico baixo ou muito baixo. Os dados do Enem por escola foram apresentados no último dia 05 de agosto pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Elas fazem parte do recorte do Inep de escolas privadas que atendem alunos de nível baixo ou muito baixo, ou seja, os mais vulneráveis socialmente.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que foi uma surpresa para o Ministério da Educação (MEC) e o Inep o destaque dessas escolas no Enem. “Não sabíamos da grandeza do trabalho delas [das escolas familiares agrícolas] e é interessante quando uma pesquisa mostra algo inesperado, porque normalmente elas mostram confirmações do que já existe.”
Resgate da Cultura do Campo
Segundo Janine, o MEC vai agora dar mais visibilidade e ir atrás da experiência dessas escolas para “aprender com elas”. São instituições comunitárias geridas por associações de moradores e sindicatos rurais vinculados à comunidade. “Nesse sentido é a melhor escola privada do Brasil e merece nosso destaque”, ressaltou Janine.
As Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) são instituições de ensino vinculadas as organizações comunitárias e desenvolvem um trabalho voltado à formação dos jovens do campo. Sua metodologia de trabalho fundamenta-se na Pedagogia da Alternância, método criado na França em 1935 e trazido para o Brasil no final da década de 1960, por membros da Igreja Católica.
Trocas de experiências na comunidade
A Pedagogia da Alternância consiste numa metodologia de organização do ensino escolar que conjuga diferentes experiências formativas, que contempla períodos de alternados de vivência e estudo na Escola e na família. Neste caso, os educandos passam 15 dias em estudos e vivências na escola e 15 dias de estudos, vivências e pesquisas com a família e a comunidade. Por meio da Alternância o aluno analisa sua realidade através das atividades trabalhadas nos períodos escolares e a partir de observações constantes que faz no meio sócio-profissional, no meio familiar.
Desse modo, o trabalho de formação das Escolas Famílias permite que os conteúdos de ensino sejam verdadeiramente vinculados ao meio de vida do aluno. É uma formação que contempla ação-reflexão-ação, num processo contínuo e interminável, pois pressupõe que aprender é inerente à vida humana e que todo homem aprende sempre. A Alternância significa uma maneira de aprender pela vida, partindo da própria vida cotidiana, dos momentos experienciais, colocando assim a experiência antes do conceito.

Veja abaixo o ranking das dez melhores escolas privadas dentro dos critérios do Inep (escolas que atendem a alunos de nível baixo ou muito baixo):
1ª – Escola Família Agrícola de Caculé – Bahia
2ª – Escola Família Agrícola da Região de Alagoinhas – Bahia
3ª – Escola Família Agrícola por Alternância Manoel Monteiro de Lago do Junco – Maranhão
4ª – Colégio Super – Maranhão
5ª – Escola Família Agroecológica de Aracuai – Minas Gerais
6ª – Escola Família Agrícola Puris de Araponga – Minas Gerais
7ª – Escola Família Agrícola José Nunes da Mata – Bahia
8ª – Casa Familiar Agroflorestal do Baixo Sul da Bahia – Bahia
9ª – Casa Familiar Rural de Igrapiuna – Bahia
10ª – Escola Familiar Dom Edilberto IV – Piauí
Fonte: http://www.ebc.com.br