A Escola Municipal Liberato Vieira realizou,
na manhã desta quarta-feira (11/11), a Oficina sobre Sementes Crioulas, em
parceria com a Escola de Formação Paulo de Tarso, organização não governamental
vinculada a Articulação no Semiárido Brasileiro (Asa Brasil). Este trabalho está associado à proposta educativa desenvolvida na perspectiva da educação para a convivência com o semiárido.
O evento teve como objetivo discutir sobre a
importância das sementes crioulas para melhoria da segurança alimentar do povo
do semiárido brasileiro, bem como, fomentar o resgate uma tradição dos
camponeses associada ao cuidado e cultivo das sementes crioulas como patrimônio
genético da região.
As sementes crioulas favorecem uma melhor produção
no semiárido, pois são adaptadas à região e cultivadas sem uso de agrotóxicos,
portanto, são alternativas para uma safra mais sustentável, sem dependência de
tecnologia de ponta, permitindo maior autonomia camponesa, bem como o respeito
à biodiversidade.
Para Genival Araújo, técnico da Escola de Formação
Paulo de Tarso, as sementes crioulas podem ser plantadas e replantadas, não
necessitando serem compradas a cada safra em lojas agropecuárias, como ocorre
com as híbridas ou transgênicas. Além disso, estas sementes se adaptam bem a
cultivos agroecológicos, abandonando a necessidade da utilização de
agroquímicos, sendo mais saudáveis para o consumo e sem agredir o meio
ambiente.
Durante o evento, os 23 participantes, entre eles, professores, alunos e pais, assumiram
o compromisso de fazer um levantamento e o cadastramento dos diferentes tipos
de sementes crioulas cultivados nas comunidades, com o propósito de criar um
banco de sementes que sirva de laboratório de estudos e, principalmente, como
espaço para trocas de sementes e conhecimentos entre os agricultores familiares.
A Asa Brasil está construindo 49
bancos/casas de sementes no Piauí, contemplando 980 famílias distribuídas em 17
municípios, com o propósito de preservar as sementes crioulas, fortalecer a
agricultura familiar e garantir maior sustentabilidade no semiárido.