sábado, 13 de fevereiro de 2016

Movimentos sociais se mobilizam contra militarização de escolas públicas no Piauí


A Central Única dos Trabalhadores no Estado do Piauí (CUT-PI) vem articulando um grupo de entidades e movimentos sociais com o propósito de aprofundar a discussão sobre o projeto de militarização de escola e promover atos e mobilizações contra militarização de escolas públicas no Estado do Piauí.
Para o presidente da CUT-PI, Paulo Bezerra, “A CUT-PI não acredita que a militarização nas escolas possa trazer algo que venha somar mais a educação já implementada pela secretária de Educação no Estado do Piauí, acreditamos que podemos ter a nossa posição, fortalecemos ser contrários, vamos continuar fazendo esse debate, tem que ser implementado de fato é o sistema educacional tradicional que é um projeto de educação para estados e municípios, uma responsabilidade do estado e não do sistema militar dos pais”.
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (SINTE-PI) também vem se mobilizando contra o projeto de militarização das escolas. Para Kassyus Lages, Secretário de Comunicação do SINTE-PI, "Temos uma divergência com o governo do estado do Piauí com relação a militarização nas escolas, tendo em vista que não é a solução para disciplina destas, e não tão pouco para melhorias da qualidade desse tipo de ensino.
Os debates em torno da militarização das escolas públicas também têm envolvidos especialistas e pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e do Instituto Federal de Educação do Piauí (IFPI). Além disso, tem mobilizando também membros dos grupos de direitos humanos e do direito da criança e do adolescente.
Na última plenária realizada pela CUT-PI, no dia 05 de fevereiro, decidiu-se pela produção de um manifestado contra a militarização das escolas públicas, que foi assinado por mais de 50 entidades e organizações sociais, e a realização de um ato público no Teatro de Arena em Teresina, no dia 15 de fevereiro.
Além disso, está programada também a realização da Mesa de Debate: “Educação pública e práticas de liberdade: contra a militarização das escolas”, no dia 03/03/2016, no auditório do Centro de Ciências da Educação da UFPI.

Processo de militarização no Brasil
Este processo de militarização das escolas públicas vem ocorrendo em vários outros estados brasileiros, a exemplo de Goiás, Amazonas e Sergipe. A chama "militarização" das escolas aparece como uma resposta à crescente violência no ambiente estudantil, seja contra professores, servidores ou entre os próprios alunos, além de relatos de tráfico de drogas.
Para a doutora em Ciência da Educação e coordenadora do Observatório de Violência nas Escolas do Brasil, Miriam Abramovay, o caso da violência entre adolescentes e jovens não vai ser resolvido somente com repressão e disciplinamento. Este fato está relacionado também com as questões estruturais da sociedade, as desigualdades sociais e a ausência de políticas públicas na área de educação, cultura, esporte e lazer para a juventude. 

Veja o manifesto contra a militarização das escolas

2 comentários:

  1. Muito bom o texto. Devemos lutar por um projeto de Escola Democrática e Popular.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom o texto. Devemos lutar por um projeto de Escola Democrática e Popular.

    ResponderExcluir