quarta-feira, 30 de março de 2011

Água das cisternas já abastece escolas rurais em Pedro II, no Piauí

Alunos pousam pra foto com cisterna ao fundo. Foto: Paula Andréas
"Um alívio" foi assim que a zeladora Maria da Conceição dos Santos da Escola São Luís de Baixo, da localidade de mesmo nome, no município piauiense Pedro II, se referiu ao Projeto Cisternas nas Escolas, uma iniciativa da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil). A tecnologia social, que acumula água da chuva para suprir as necessidades de consumo humano foi estendida para escolas rurais do semiárido que sofrem com a falta de água.

A dificuldade no acesso à água é uma realidade comum nas escolas de algumas comunidades localizadas na zona rural do município de Pedro II. Com o projeto, elas passaram a ter água potável coletada através de calhas colocadas no teto e guardada em cisternas.
Para a construção do reservatório, a escola passou por uma reforma na parte física feita pela prefeitura, uma das parceiras da ASA no projeto. Para Maria da Conceição, a cisterna trouxe benefício para todos – alunos, professores e funcionários, como ela que tinha que carregar água todos os dias para suprir as necessidades da escola.
"Eu botava água na cabeça, chegava aqui às cinco horas da manhã, tinha que colocar água para beber, para lavar, fazer a merenda, lavar banheiro... Ave Maria, mas hoje tá (sic) bom demais. Não preciso carregar tanto peso, minha saúde também agradece", conta Dona Maria.
As cisternas de uso doméstico armazenam 16 mil litros de água de chuva que dá para suprir as necessidades das famílias durante o período de estiagem, mas nas unidades de ensino, os reservatórios tiveram sua capacidade ampliada para 52 mil litros. Com o projeto, a comunidade é incentivada a zelar pelo bom uso das cisternas e, além disso, os professores trabalham a educação contextualizada que valoriza a região e incentiva a convivência com o semiárido.
Água potável da cisterna serve para lavar as mãos antes do lanche. Foto: Paula Andreas
A Escola Municipal Barbara Maria de Jesus na comunidade Mangabeira também foi beneficiada com o implemento. Para a professora Maria do Carmo, trabalhar a educação contextualizada através dela é uma boa forma de debater a convivência com a região. "As crianças aprendem que essa é uma forma de melhorar a vida de quem vive aqui na região, de lutarmos por melhorias na comunidade, eles aprendem que existe uma saída para o êxodo", diz.

Em Pedro II, as comunidades Brejinho, Santo Antônio de Baixo e Vista Alegre também foram contemplados com o projeto. A Unidade Gestora Microrregional responsável pela construção dos implementos é o Centro de Formação Mandacaru.
No Piauí, o projeto Cisternas nas Escolas construiu 55 reservatórios em escolas da zona rural dos municípios de Acauã, Capitão Gervásio Oliveira, Coronel José Dias, Inhuma, Ipiranga do Piauí, Jacobina do Piauí, Jurema, Oeiras, Pedro II, Picos, Piracuruca, Queimada Nova, São José do Divino, São Raimundo Nonato.

Paula Andréas - Comunicadora Popular da ASA


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