sexta-feira, 18 de maio de 2012

Educação contextualizada: construindo novas possibilidades de ensinar e aprender


Ecoescola Thomas aKempis - Pedro II / PI
A construção de políticas de desenvolvimento sustentável no semiárido passa pelo desenvolvimento de práticas educativas escolares e não escolares que discutam com a população novas alternativas de convivência, a partir da conquista de políticas públicas adaptada as condições socioculturais e ambientais da região.
Desde a década de 90, algumas organizações sociais vem desenvolvendo processos formativos envolvendo professores e lideranças comunitárias com o intuito de construir projetos educativos que possibilite aos alunos a oportunidade de compreender melhor o semiárido, suas potencialidades e as alternativas de convivência.
Práticas agroecológicas na escola
As propostas de educação contextualizada tem como principal foco abordar os conteúdos em sala de aula tendo como base os elementos sociais, culturais e ambientais característicos do meio no qual os alunos estão inseridos. Além de proporcionar um maior contato entre o educando e a região em que vive e estimulá-lo a valorizar as especificidades e potencialidades locais, essa prática pedagógica busca fazer com que o estudante passe a ter maior interesse pelos conteúdos que dizem respeito a sua realidade.
A educação contextualizada é desenvolvida juntamente com os alunos em sala de aula de forma a auxiliar na compreensão do semiárido brasileiro como um lugar de vida, desmontando estereótipos como “homem sertanejo fraco”, “terra seca e improdutiva” e garantindo o sucesso das crianças na escola e a sua permanência na região. Para isso, é necessário que os conhecimentos a serem trabalhados sejam construídos no espaço escolar e fora dele, tendo as experiências do cotidiano dos alunos como ponto de partida.
Valorização da cultura do semiárido
As primeiras experiências de educação para a convivência com o semiárido ocorreu no município Curaçá, na Bahia, que passou a ser apontada como referência. Porém, há outros exemplos bem sucedidos na região sisaleira baiana, no município cearense de Crateús, e em Petrolina, Pernambuco e em municípios piauiense. 
O projeto de implementação do ensino contextualizado nessas regiões alcançou avanços consideráveis que vão desde a adaptação da grade curricular à realidade dos educandos até investimentos na educação continuada dos professores que passaram a entender a importância de fazer do aluno um indivíduo capaz de intervir e transformar a realidade local.
O livro didático é uma ferramenta muito importante no processo educativo. Porém, os livros utilizados nas escolas do campo e do semiárido brasileiro não despertam muito interesse nos educandos. Eles apresentam uma realidade distante desses meninos e meninas, o que compromete o aprendizado e a construção do pensamento crítico.
Diante desse contexto, a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (RESAB) reuniu autores e educadores e sistematizou experiências bem sucedidas de educação desenvolvidas em estados do nordeste. Essa sistematização permitiu elaborar a publicação experimental “Conhecendo o Semiárido”, que está organizada em dois volumes e é destinada a alunos da 3ª e 4ª séries.
Os livros adequados à realidade do estudante conseguem contextualizar os conhecimentos diversos sem negar o acesso aos conhecimentos científicos mais universais. Eles ajudam a melhorar a qualidade de ensino, contribuindo para o processo de construção da identidade, porque não causam estranhamento nos estudantes. 
Como forma de fortalecer e ampliar essa busca por uma educação adequada para crianças e adolescentes do semiárido, a Rede de Educação Básica do Semiárido está tentando incluir os livros didáticos de ensino contextualizado no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), a fim de que todos os alunos e professores das escolas públicas tenham acesso a esses materiais o mais rápido possível.
Fonte: Instituto Recriando.

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