O Programa Ação da Rede Globo exibiu no
sábado (02/06) algumas experiências de convivência com o Semiárido desenvolvida
por instituições do terceiro setor no semiárido baiano. Foram apresentadas as
ações desenvolvidas pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada
(IRPAA) e a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA BRASIL) voltadas para o melhor
aproveitamento da água de forma que ela possa servir tanto para o uso básico,
como consumo e uso higiênico, bem como ações voltadas para a produção
sustentável de alimentos.
Há vinte e dois anos o Instituto Regional da
Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) vem implementando técnicas de captação
de água com o objetivo de transformar o cenário da seca em algo favorável para
a região. Desenvolve também um trabalho de assistência técnica aos produtores
locais estimulando a agricultura familiar, a criação de animais, valorizando a
caatinga para alimentação dos animais e ensinando técnicas de plantio não
agressivas ao solo.
Outra ação importante desenvolvida pelo IRPAA
é a formação dos/as agricultores/as e seus filhos. Como forma de transmitir
conhecimento sobre o melhor modo de aproveitar o solo e a água, o IRPAA criou a
Escola de Formação para Convivência do Semiárido, atende aos jovens de mais de
10 estados do semiárido. Desde o início, já foram formadas vinte e uma turmas,
com uma média de cinquenta pessoas cada.
Já a Articulação no Semiárido (ASA Brasil) trabalha
pela democratização da água, batalhando por uma infraestrutura hídrica próxima
à casa de cada família que convive com a seca. A construção de cisternas que
coletam água da chuva é o principal foco da ASA, que fez cálculos do tamanho do
telhado ideal para preencher a cisterna através da água que cai em canaletas. A
partir disso foram criadas cisternas de dezesseis mil litros, capazes de
armazenar água para até oito meses, o período anual comum de estiagem do
semiárido. Feitas com cimento, as cisternas são de baixo custo, fáceis de fazer
e envolvem a família na construção.
Dentre as ações executadas pela organização, o
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 +2) e o Programa Um Milhão de Cisternas
(P1MC) são os mais importantes. O primeiro procura fomentar a segurança
alimentar e a geração de emprego e renda entre as famílias agricultoras,
através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para produção de
alimentos. O 1 significa terra para produção e o 2 corresponde a dois
tipos de água – a potável, para consumo humano, e água para produção de
alimentos. Este programa já capacitou 24.566 famílias com a construção de 9.770
cisternas do tipo calçadão, onde a água da chuva é armazenada para ser
utilizada em hortas, plantio e criação de animal.
Já o P1MC procura
democratizar a água para beber e cozinhar, através das cisternas de placas.
Juntas, elas formam uma infraestrutura descentralizada de abastecimento com
capacidade para 16 bilhões de litros de água. Foram criadas 380.988 cisternas,
uma para cada família, beneficiando 1.904.940 de pessoas. Paralelamente aos
programas, a ASA dá um curso de gestão de recursos hídricos para que as
populações saibam aproveitar melhor a água armazenada nas cisternas.
Acesse os vídeos:
VÍDEO 01: Convivendo com a seca |
VÍDEO 02: Captação de água |
VÍDEO 03: Riquezas da caatinga |
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