Os estudantes
do Curso de Licenciatura em Educação do campo promoveram, na última
segunda-feira (06/02), uma audiência pública com a participação da senadora
Regina Sousa (PT Piauí) com o objetivo de discutir a situação dos Cursos de
Licenciatura em Educação do Campo na Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A
UFPI conta com 04 Cursos de Licenciatura em Educação do Campo distribuídos nos
Campi de Teresina, Floriano, Picos e Bom Jesus, envolvendo mais de 800
estudantes que reivindicam a manutenção de direitos sociais já adquiridos, como
transportes, alimentação e hospedagem.
De
acordo com o Centro Acadêmico da Educação do Campo, os cursos são organizados em sistema de
alternância. Os estudantes ficam 45 dias, no período de férias, em
processo de formação na universidade, denominado de Tempo-Universidade, no qual
são ministradas as aulas teórico-práticas. Em seguida, passam
cerca de 90 dias nas atividades de campo e de pesquisa nas comunidades rurais,
sob a supervisão dos professores da UFPI, no tempo-comunidade.
Para
os representantes do Centro Acadêmico, além dos problemas relacionados com a alimentação
e hospedagem dos estudantes, tem também as dificuldades com relação as sala de aulas
adequadas para as atividades do curso, já que eles são oriundos de várias
comunidades rurais e passam 45 dias na universidade numa jornada de 8
horas/aulas diárias.
Segundo
Sávio Santos, vice-presidente do Centro Acadêmico, o
objetivo da luta dos estudantes é dar continuidade ao curso pois a atual política econômica reduziu o
orçamento para os programas de educação do campo, o
que vai dificultar o acesso da população campesina ao acesso à educação básica
e superior.
Para
a senadora Regina Sousa, a situação que o país passa é delicada, pois o atual
governo está realizando um verdadeiro desmonte dos projetos sociais construídos
nos últimos 15 anos, principalmente aqueles voltados para as classes populares.
Segundo a senadora, é preciso um esforço coletivo para garantir que as
políticas conquistadas para os povos do campo não sejam de fato destruídas.
Diante
desse cenário, a senadora Regina Sousa se comprometeu em levar esse debate
sobre o fortalecimento das Licenciaturas em Educação do Campo para a comissão
de Direitos Humanos e de Educação do Senado Federal para construir um diálogos
com outros senadores com o propósito de sensibilizar o Ministério da Educação
quanto a importância destes Cursos para o fortalecimento da educação do campo
no Brasil.
A
Licenciatura em Educação do Campo foi implantada no Piauí em 2014 e é fruto da
luta dos movimentos sociais do campo para inclusão de jovens agricultores ao
ensino superior em universidades públicas.
Durante
a audiência pública, os representantes dos movimentos sociais, a exemplo da Federação
dos Trabalhadores na Agricultura e do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem
Terra também manifestaram sua preocupação com o fortalecimento das Licenciaturas
em Educação do Campo como forma de garantir o acesso dos jovens camponeses ao
ensino superior.
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