Aos poucos as universidades começam a descobrir o Semiárido e voltam os seus estudos para as riquezas e fragilidades dessa região. Várias pesquisas estão sendo desenvolvidas sobre os aspectos ambientais, sociais, políticos, econômicos, culturais e educacionais do sertão a fim de compreendê-lo melhor, bem como, pensar novas estratégias de ação voltada para a convivência com o Semiárido.
No caso específico do Estado do Piauí, vários alunos da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), dos pólos localizados na região semiárida, vêm desenvolvendo seus trabalhos de pesquisa sobre a educação desenvolvida no Semiárido, buscando apontar suas fragilidades, como também destacando as experiências exitosas desenvolvidas na perspectiva de construir novas políticas de desenvolvimento sustentável e solidário para essa região.
Somente no mês de julho/2010, dois trabalhos de pesquisa foram apresentados pelas alunas do curso de pedagogia, uma do Pólo da UESPI de São Raimundo Nonato e outra de Campo Maior demonstrando o crescente interesse dos acadêmicos com relação às políticas educacionais desenvolvidas na região numa perspectiva contextualizada.
A pedagoga Cacilda Vilanova Paes Landim, de São Raimundo Nonato, realizou sua pesquisa com o tema “Educação contextualizada na perspectiva da geração do protagonismo e autonomia da juventude do Semiárido”, discutindo as experiências de educação para a convivência com o Semiárido implementada com o incentivo e apoio da Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato. Já a pedagoga Maria Sueleuda Pereira da Silva, que fez seu curso no Pólo da UESPI de Campo Maior, desenvolveu seus estudos, com o título “A Educação do Campo como estratégia de convivência com o Semiárido”, sobre o trabalho de educação do campo voltada para a convivência com o Semiárido implementado pela Escola Família Agrícola Serra da Capivara.
Os trabalhos de pesquisas desenvolvidos sobre a educação no Semiárido Piauiense demonstram os avanços conquistados com o trabalho desenvolvidos, principalmente pelas organizações socais ligadas a Rede de Educação no Semiárido Brasileiro (RESAB) e ao Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido. Entretanto apontam os grandes desafios que ainda precisam ser superados quanto ao desenvolvimento de políticas públicas voltada para a construção de projeto políticos e pedagógicos comprometidos com a educação contextualizada no Semiárido.
Dentre esses desafios, destacam-se a ausência de políticas de formação docente no âmbito das universidades e das secretarias municipais de educação, que preparem os professores para desenvolverem esse trabalho; a ausência de material didático contextualizado; a falta de apoio dos gestores públicos para a experiências de educação contextualizada executados pelas escolas; os baixos salários pagos aos docentes do Semiárido que os obrigam a assumirem vários empregos, dificultando sua maior dedicação na construção de um novo projeto de educação para a região, dentre outros.
No entanto, observamos que tanto os estudos desenvolvidos nas universidades quanto os eventos formativos desenvolvidos pela Rede de Educação no Semiárido vem criando novas perspectivas na construção de novos projetos educativos voltados para a realidade sociocultural do Semiárido. Muitos sonhos e utopias estão sendo gerados nesses encontros e novas sementes estão sendo plantadas.
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