domingo, 14 de dezembro de 2014

Mais de 70 professores concluem Curso de Especialização em Educação no Semiárido

A Universidade Estadual do Piauí promoveu no último sábado (13/12), em parceria com a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (RESAB), o Seminário de encerramento de dois Cursos de Especialização em Educação Contextualizada no Semiárido desenvolvido no Campus de Valença e Oeiras, no semiárido piauiense.

Durante o evento, mais de 70 professores vinculados à rede pública de ensino e às escolas famílias agrícolas apresentaram os trabalhos de pesquisas desenvolvidos na última etapa do curso. Parte dos trabalhos denunciava os descasos com a educação no semiárido, com a precariedade das condições das escolas, a ausência de formação de professores e materiais didáticos voltados para o contexto do semiárido.

Além disso, um grupo significativo de estudos socializados pelos alunos do curso demonstra o crescente interesse dos professores e das escolas em aprofundar o debate sobre a educação contextualizada no semiárido com o intuito de ampliar o olhar crítico dos alunos e da comunidade sobre a realidade da região, bem como, sobre as possibilidades de desenvolvimento sustentável.
Outro aspecto presente nos trabalhos socializados esta relacionado com a necessidade de produção de novos materiais didáticos contextualizados no semiárido, a reorganização do currículo das escolas, articulando-o com os saberes e as experiências políticas, organizativas e culturais dos sertanejos, contemplando os estudos acerca das potencialidades culturais, econômicas e sociais da região e, assim como, sobre as tecnologias de convivência com o semiárido. Dentre os trabalhos apresentando, serão selecionados os mais significativos para publicação em  dois livros que serão lançados em 2015.
Para a coordenação da Resab, um aspecto positivo neste processo de encerramento dos cursos foi o comprometimento políticos dos professores na construção dos projetos de educação contextualizada nos municípios e o desejo de continuar os estudos e as discussões coletivas que façam avançar a luta pela construção de estratégias que garantam o fortalecimento da educação contextualizada e educação do campo nos territórios.
Na avaliação final dos cursos de educação contextualizada no semiárido ficou evidente o grande interesse dos professores em continuarem se organizando, através da criação de núcleos regionais da Rede de Educação no Semiárido Brasileiro, envolvendo os movimentos e organizações sociais e as instituições públicas com o propósito de sensibilizar e cobrar dos gestores municipais um compromisso político com relação à implementação de políticas que garantam a efetivação da educação contextualizada nos municípios.
Encerramento do Curso de Políticas Públicas em Paulistana
Neste período, houve também o encerramento dos 3 Cursos de Especialização em Gestão e Políticas Públicas no Semiárido desenvolvidos em Picos, Paulista e São Raimundo Nonato, onde mais de 100 técnicos, gestores públicos, lideranças comunitárias e educadores populares vinculados aos movimentos e organizações sociais e instituições públicas socializaram seus estudos sobre as políticas públicas no semiárido e as alternativas de convivência com o semiárido durante os seminários de conclusão dos cursos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Encontro Territorial discute educação contextualizada no semiárido

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil)promoveram nos dias 20 e 21 de novembro de 2014 o I Encontro Territorial, em Valença do Piauí, que contou com uma sala temática sobre a educação contextualizada.
Mais de 300 agricultores, técnicos e lideranças comunitárias dos Territórios Vale do Sambito, Vale do Canidé e Vale do Guaribas participaram do evento que teve como tema central: “desenvolvimento territorial na perspectiva da convivência” e trouxe como objetivo fortalecer a estratégia territorial como instrumento de mobilização social e implementação de políticas públicas para o semiárido.
Durante as discussões na sala temática sobre educação contextualizada, o prof. Elmo Lima, da Universidade Federal do Piauí e membro da Rede de Educação no Semiárido, responsável pela exposição do tema, destacou a importância da educação contextualizada na construção das políticas de convivência no território e convocou as organizações sociais e das comunidades a estabelecerem um diálogo com as escolas e as secretarias municipais de educação com o intuito de fortalecer o debate da educação contextualizada e, consequentemente, expandir o projeto de convivência com o semiárido em construção pelo Fórum Piauiense de convivência com o Semiárido e a ASA Brasil.
De acordo com a organização do evento, o tema da educação contextualizada foi bem recebido pelos participantes tendo em vista que o trabalho desenvolvido em muitas escolas do semiárido não aponta perspectiva de desenvolvimento nas comunidades e nem ajuda os jovens a visualizarem as possibilidades de melhoria da qualidade de vida na região. “É um modelo de educação que estimula os jovens a irem embora do seu lugar, abandonando famílias, amigos, suas histórias, culturas e tradições”, enfatiza Elmo Lima.
Para a assessora do Território Vale do Sambito, Francisca de Sousa Costa, a educação contextualizada vai ser uma prioridade nas discussões sobre a definição das políticas de desenvolvimento no território em 2015. A ideia é ampliar o diálogo com os secretários de educação para que este tema passe a ser uma prioridade na formulação das políticas educacionais nos municípios.
No ultimo dia do evento, foi realizada também a Feira de Sementes da Fartura e Produtos da Agricultura Familiar com o objetivo de incentivar a troca e a preservação das sementes nativas e o fortalecimento da agricultura familiar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Tese de doutorado discute as possibilidades da reorientação do currículo no semiárido

Os estudos sobre a educação no semiárido vêm se ampliando cada vez nas universidades nordestinas, fruto das discussões empreendidas pelos movimentos e organizações sociais do campo e pela Rede de Educação no Semiárido (RESAB). Com isto, é crescente o número de estudos e pesquisa nesta área, ampliando a produção do conhecimento e a proposição de novas políticas educacionais voltadas para o contexto e as especificidades socioculturais, políticas e organizativas do sertão brasileiro.
Estes estudos trazem contribuições significativas para as lutas empreendidas pela de Rede de Educação no Semiárido (RESAB) em torno da construção de projetos educativos contextualizados que valorizem os saberes e as práticas culturais dos grupos sociais e possibilitem a produção de conhecimentos voltados à emancipação. No entanto, o desenvolvimento de projetos educativos contextualizados está associado à implementação de políticas de formação de educadores que favoreçam a compreensão crítica do contexto sócio-histórico e cultural e o desenvolvimento de práticas educativas fundadas nos princípios políticos e epistemológicos crítico-emancipatórios.
A tese de doutorado intitulado “Formação continuada de educadores/as: as possibilidades de reorientação do currículo no semiárido”, desenvolvida pelo professor da Universidade Federal do Piauí e membro da RESAB, Elmo de Souza Lima, se apresenta como mais uma contribuição para o debate construído em torno da proposta de educação contextualizada no semiárido.
O estudo foi desenvolvido na Escola Municipal Liberto Vieira, da zona rural do município de Ipiranga do Piauí, a partir das contribuições teórico-metodológicas da pesquisa-ação crítica. Durante o trabalho de formação-investigação realizado durante 15 meses, foi possível problematizar o olhar crítico das educadoras sobre o contexto sócio-histórico e cultural da comunidade, bem como sobre projeto educativo da escola, favorecendo a identificação dos desafios e possibilidades quanto à reorientação da proposta pedagógica e curricular na perspectiva da contextualização e da interdisciplinaridade, comprometida com a formação crítica dos educandos.
Com base nas reflexões críticas desenvolvidas sobre o projeto curricular da escola e as necessidades formativas da comunidade, foi possível pensar numa proposta curricular construída a partir de eixos temáticos norteadores do processo de seleção e organização do conhecimento. A partir do diagnóstico construído pelas educadoras, em parceria com a comunidade, levantaram-se os problemas e as demandas socioculturais e políticas que, ao serem problematizados, possibilitaram a definição dos eixos temáticos que conduzirão os trabalhos de estudos e investigação através dos projetos interdisciplinares de estudos.
Este trabalho de pesquisa, que será transformado em livro, apresenta-se como mais uma contribuição para o debate sobre a educação do campo e a educação contextualizada no semiárido.

Acesse a tese completa

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

As eleições e as perspectivas de desenvolvimento no semiárido

Os debates construídos durante o processo eleitoral, associado ao resultado das urnas na última eleição, são extremamente favoráveis a continuidade e ao fortalecimento das políticas de desenvolvimento do semiárido centrada no princípio da convivência e sustentabilidade. A reeleição da presidente Dilma Rousseff foi fundamental à ampliação e consolidação do Programa Um Milhão de Cisternas e o Programa uma Terra e duas Águas voltadas a implementação de tecnologias sociais que permite a captação de água da chuva para a produção de alimento, ambos coordenados pela Articulação no Semiárido Brasileiro (Asa Brasil), em parceria com mais de 600 organizações sociais espalhadas pelos 09 estados da região.
Outro fator importante, neste contexto, foi a participação efetiva da população do semiárido brasileiro, com 1.133 municípios e 22 milhões de pessoas, na eleição da presidente Dilma. Um exemplo foi à mobilização política desenvolvida pela Asa Brasil, colocando mais de 30 mil pessoas em Petrolina/PE, no ato de apoio a reeleição do PT.
No âmbito dos estados, tivemos também vitórias importantes de governadores do Partido dos Trabalhadores nos três maiores estados do Semiárido (Bahia, Ceará e Piauí), considerando a extensão territorial, além do governador de Minas Gerais. No caso da Bahia, com a eleição de Rui Costa (PT) teremos a possibilidade de ampliação dos programas e projetos iniciados pelo governador Jaques Wagner na área da convivência com o semiárido.
Já no Piauí, o governador Welligton Dias, eleito para o seu terceiro mandato, é um entusiasta das políticas de convivência e iniciou em 2003 um conjunto de ações associada à construção de uma política de convivência no Estado. No entanto, as dificuldades técnicas do aparelho estatal e os problemas enfrentados na articulação interna no governo e no diálogo efetivo com a sociedade civil limitaram a consolidação destes projetos e programas. A partir desta experiência, espera-se que neste novo mandato se possa avançar na consolidação das políticas de convivência no Piauí que, contraditoriamente, concentra uma parcela mais rica do semiárido brasileiro e, por outro lado, ocupa os últimos lugares em nível de pobreza no país.
Com relação ao Ceará, com a eleição de Camilo Santana (PT), e Minas Gerais, com vitória de Fernando Pimentel (PT), ambos são governadores novos, portanto, não temos ainda informações quanto às experiências destes gestores na área das políticas de desenvolvido no semiárido. No entanto, são estados com movimentos e organizações sociais fortes no campo da luta pela convivência, portanto, acreditamos que há possibilidades concretas de avanços nesta área.
Quanto aos outros estados, temos boas perspectivas, considerando que os governadores eleitos estão na base de apoio da presidente Dilma e tiveram o apoio de partidos de centro esquerda ligados à luta em defesa da convivência com o semiárido. Na Paraíba, tivemos a eleição de Ricardo Coutinho (PSB), apoiado pelo PT e demais partidos da base do governo; no Pernambuco, tivemos a eleição de Paulo Câmara (PSB), que não teve o apoio da base do governo, mas pode dar continuidade ao bom trabalho desenvolvido pelo ex-governador Eduardo Campo.
No entanto, temos dúvidas com relação aos estados do Rio Grande do Norte, com a eleição de Robinson Farias (PSD), Sergipe, com a eleição de Jackson Barreto (PMDB) e Alagoas com a eleição de Renan Filho (PMDB) que, apesar de terem sido eleitos com o apoio dos partidos de centro esquerda, são lideranças ligadas aos grupos políticos mais tradicionais no Nordeste.
O fato de termos um cenário favorável, por si só, não significa que teremos avanços no campo das políticas de convivência com o semiárido, pois tivemos também nas Assembléias Legislativas e no Congresso Nacional o fortalecimento das forças conservadores – ligadas ao agronegócio e as políticas de combate a seca – que irão disputar os espaços públicos e as políticas do Estado, tanto nos governos estaduais quanto no governo federal, utilizando seus mecanismos de poder e controle do Estado. Além disso, é crescente dentro deste cenário, o ideário desenvolvimentista iniciado no primeiro governo da Dilma, voltado à construção de grandes obras e às políticas de industrialização, com a instalação de grandes empresas no semiárido para a exploração de reservas naturais, dentre outras atividades centradas no uso predatório do ambiente e dos próprios seres humanos.
Desse modo, o avanço e a consolidação das políticas de convivência com o semiárido estão associados à capacidade das organizações e movimentos sociais em continuar as suas lutas, por um lado, mobilizando e organizando os grupos sociais nos estados, por outro, aprofundar o processo de construção coletiva de projetos e propostas de convivência e sustentabilidade, gestadas a partir das especificidades sociais, culturais, políticas e econômicas dos vários semiáridos, que compõem o sertão brasileiro.
Neste cenário, tem um aspecto que considero essencial: o aprofundamento do debate sobre as políticas de educação desenvolvidas no semiárido brasileiro, tanto pelas escolas da educação básica, quanto pelas universidades e os institutos federais de educação. A Rede de Educação no Semiárido Brasileiro (RESAB), que congrega organizações sociais e instituições públicas, em torno da discussão e elaboração de projetos de educação para a convivência com o semiárido, vem desde 2003, promovendo inúmeros eventos de formação e mobilização política e social, no entanto, os resultados alcançados limitam-se muitas vezes aos projetos de governo de alguns municípios.
Diferente dos projetos na área do desenvolvimento social e produtivo, centrado na captação da água para o consumo humano e a produção de alimentos, que tiveram significativos apoios e reconhecimentos do governo federal, as propostas no campo da educação contextualizada não vem obtendo a atenção e os investimentos necessários, tanto dos governos estaduais e municipais, quanto dos governos estaduais e municipais e, principalmente do Governo Federal. Em parte, devido à complexidade que envolve o próprio sistema educacional, com toda uma sistemática fechada e burocratizada, construída com o intuito de disseminar um modo de pensar e produzir conhecimento associado ao modelo hegemônico e dominante de desenvolvimento.
Por outro lado, temos ainda uma luta fragmentada entre os movimentos e organizações sociais em torno das políticas de educação para o semiárido. Alem disso, temos a dificuldade de alguns movimentos e organizações sociais em compreenderem a importância da educação enquanto instrumento político essencial à construção das políticas e dos projetos de convivência com o semiárido.
Dessa forma, compreendemos que a ampliação do debate e a articulação entre a RESAB, Asa Brasil e as demais articulações e movimentos sociais que atuam na luta pela construção de novas políticas de convivência com o semiárido, é fundamental para avançarmos na construção de projetos educativos que, valorizando os saberes e as práticas sociais dos sertanejos, fomentem a construção de conhecimentos e tecnologias sociais voltadas a construção de desenvolvimento, centrado na perspectiva da convivência e da sustentabilidade no sertão brasileiro.   
Por: Elmo de Souza Lima

sábado, 18 de outubro de 2014

Abertas as inscrições do Curso de Especialização em Educação do Campo no semiárido baiano

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) lança edital de seleção de discentes para o Curso de Especialização em Educação do Campo a ser oferecido pelo Departamento de Educação Campus VII – Senhor do Bonfim/Ba.
O Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação do Campo destina-se a profissionais que atuam diretamente na rede pública de ensino do campo, bem como a profissionais da área de extensão rural, educadores sociais que desenvolvam projetos ou ações em parceria com escolas públicas do campo, visando a valorização e qualificação da Educação do Campo no estado da Bahia.
O propósito do Curso é oportunizar formação continuada em Educação do Campo para o conjunto de professores, técnicos, gestores e educadores sociais que atuam nos sistemas públicos de ensino, bem como, contribuir na qualificação da Política de Educação do Campo nos Territórios.
O projeto do curso está organizado em regime de alternância, portanto, as atividades de formação serão desenvolvidas em de dois tempos formativos: Tempo Universidade (fase presencial), voltado aos estudos, reflexão e aprofundamento de conhecimentos e o Tempo Comunidade dedicado à investigação e atuação nos territórios de origem, ao levantamento de elementos novos, à construção de conexões com diferentes saberes e espaços educativos.
Estão sendo oferecidas 50 vagas e poderão inscrever-se portadores de diploma ou de certificado de conclusão de curso de graduação na área de Educação ou áreas afins. As inscrições serão efetuadas no período de 15/10 a 27/10 de 2014.

sábado, 11 de outubro de 2014

UNEB lança edital de seleção do Mestrado em Educação no Semiárido

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) publicou Edital de seleção de alunos regulares para a Segunda Turma do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA), para ingresso no semestre letivo 2015.1, oferecido pelo Departamento de Ciências Humanas (DCH), do Campus III, Juazeiro - BA.
O Curso de Mestrado tem como objetivo discutir os processos educativos e culturais, formais e não formais, que se estabelecem em contextos de regiões semiáridas de diversas partes do mundo, destacando-se desse cenário, o Semiárido brasileiro, observando-se as mediações vivenciadas pelos canais comunicativos (mídias) e tecnologias associadas à educação.
No Edital são oferecidas 20 (vinte) vagas, distribuídas em duas Linhas de Pesquisa: Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido, 10 (dez) vagas e Letramento e Comunicação Intercultural 10 (dez). Estão habilitados à inscrição, no processo de seleção para a 2ª (Segunda) Turma do Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos - PPGESA, candidatos portadores de diplomas de curso superior nas modalidades de Licenciatura Plena, Bacharelado ou Cursos de Educação Profissional Tecnológica de Graduação, reconhecidos pelos órgãos competentes.
As inscrições serão realizadas no período de 20 a 27 de outubro de 2014 (dias úteis), exclusivamente por correspondência (via SEDEX). A inscrição deverá ser postada até o último dia previsto no cronograma (27/10/2014), endereçada à Universidade do Estado da Bahia – UNEB - Departamento de Ciências Humanas (DCH- III), 1º andar, Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA), Av. Edgard Chastinet, s/n - Bairro São Geraldo CEP 48.905-680 - Juazeiro-BA. 
O Mestrado em Educação, Cultura e territórios semiáridos é mais um espaço de formação de pesquisadores que pensem estrategicamente o planejamento e a execução de práticas educativas contextualizadas, informadas por referenciais teóricos adequados à concepção de educação para a convivência com o semiárido. 
Maiores informações:www.ppgesa.uneb.br

terça-feira, 30 de setembro de 2014

UESPI discute proposta de Mestrado sobre desenvolvimento do Semiárido

O Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual do Piauí, Geraldo Eduardo da Luz, apresentou na última sexta-feira, 26/10, no auditório da Uespi em Picos, aos professores do Curso de Especialização em Educação contextualizada no Semiárido e aos membros da Rede de Educação no Semiárido (RESAB) a proposta da instituição de criação do Curso de Mestrado na área de desenvolvimento no semiárido.
A previsão é que o Curso de Mestrado que seja implantado na instituição no próximo ano voltado para o desenvolvimento do Semiárido Piauiense, propondo novas tecnologias para os problemas vivenciados nesta região, bem como a interação com as comunidades no que diz respeito ao acesso à informação, dentre outros aspectos.
Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Geraldo Eduardo Luz, a ideia é reunir professores doutores da UESPI e de outras instituições parcerias para discutir a elaboração do projeto, contemplando uma visão interdisciplinar dos estudos e pesquisas sobre o semiárido. Após formulação da proposta feita pelos professores, esta será encaminhada em março de 2015 à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), para análise, e em caso de aprovação do Curso.
"A nossa ideia é desenvolver as potencialidades da região, uma região prioritária para o desenvolvimento econômico do Nordeste e do país, onde este desenvolvimento econômico está atrelado ao desenvolvimento social. Esse programa de pós-graduação possibilita o desenvolvimento dessas potencialidades para que as mesmas se tornem benefícios para toda esta região”, disse Geraldo Eduardo Luz.
Para a coordenação da RESAB no Piauí, a proposta do Curso de Mestrado sobre o desenvolvimento no semiárido associado às políticas de convivência discutidas pelos movimentos e organizações sociais pode trazer inúmeras contribuições para o desenvolvimento da região, com a produção e disseminação de conhecimentos e tecnologias voltadas à melhoria da qualidade de vida da população desta região.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estudo demonstra precariedade na infraestrutura das escolas do campo

No Brasil, 508 escolas rurais não têm condições de infraestrutura, têm baixa taxa de aprovação e muitos alunos abandonam os estudos. Nessas escolas não há sequer água filtrada. É o que mostra o estudo Escolas Esquecidas, divulgado esta semana pelo Instituto CNA, ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil,  que mapeou esses centros de ensino. A maioria está nas regiões Norte e Nordeste e é de difícil acesso.
O estudo utiliza os dados do Censo Escolar de 2012 e revela instituições que não têm biblioteca, computador, TV, antena parabólica, videocassete, DVD, água filtrada, saneamento básico ou eletricidade.  Quase 40% dos estudantes repetiram de ano e 23% abandonaram os estudos. Nas demais escolas do país, a taxa de aprovação passa dos 83%, e o abandono chega a 3,8% no ensino fundamental e a 10,2% no ensino médio.  
A maior parte dessas escolas está na Região Norte: 209 no estado do Pará e 202 no Amazonas. As demais escolas estão no Acre (36), no Maranhão (22), na Bahia (12) em Roraima (11), em Pernambuco (6), no Amapá (4), no Mato Grosso (3), no Piauí (2) e em Rondônia (1). Do total, 184 estão em terras indígenas, 44 em áreas de assentamento, oito em áreas remanescentes de quilombos e uma em unidade de uso sustentável. Grande parte é municipal.
“O estudo é um alerta para o meio rural, especialmente para aquelas escolas que chamamos de esquecidas. Através dessa metodologia chegamos a 508, mas sabemos que outras escolas estão ali no limite, se houvesse uma flexibilização nos critérios, haveria um número maior de escolas [sem as condições mínimas de infraestrutura]”, diz o secretário executivo do Instituto CNA, Og Arão.
Segundo ele, as escolas rurais são muito importantes para a formação das comunidades do campo e são também um incentivo para que as famílias permaneçam na área rural. “Sem uma escola de qualidade não consigo formar, levar conhecimento e inovação, manter essas pessoas no campo”, acrescenta Arão.
Segundo a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Macaé Evaristo, 46% das escolas apontadas no estudo fazem parte desse grupo. “Nenhuma criança nesse país pode ficar sem atendimento escolar. No campo é preciso atenção redobrada, independentemente do lugar que a criança nasceu, tem que ter acesso à educação e educação de qualidade”, diz a secretária.
De acordo com o Ministério da Educação, 90% das escolas do campo – um total de 68.651 unidades – não têm internet. A taxa de estabelecimentos sem energia elétrica é de 15% (11.413 escolas), enquanto 10,4% não contam com água potável (7.950) e 14,7% não apresentam esgoto sanitário (11.214).
O MEC diz que desde 2012, com o Pronacampo, tem intensificado ações voltadas para as escolas rurais, enviando recursos aos estados e municípios e às próprias escolas para melhoria do espaço físico das escolas rurais, implantação de laboratórios de informática, o acesso à internet para 10 mil unidades e a universalização do acesso a água potável, saneamento e energia elétrica.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Escolas piauienses trocam experiências sobre educação contextualizada no semiárido

Um grupo de professores e alunos da Escola Municipal Dona Adelaide e agricultores do município de Novo Oriente visitaram, na última terça-feira (09/09), a Escola Municipal Liberato Vieira, localizada na comunidade rural Brejo da Fortaleza, em Ipiranga do Piauí, para conhecer a experiência de educação contextualizada no semiárido desenvolvida naquela instituição.
Dentre as atividades conhecidas pelo grupo destacaram-se a horta escolar, que produz alimentos para a merenda da escola, e o viveiro de mudas, que distribui mudas frutíferas para as famílias da comunidade. A horta e o viveiro são importantes espaços pedagógicos, tendo em vista que várias atividades educativas são desenvolvidas de forma interdisciplinar, contemplando a produção de conhecimentos nas diferentes disciplinas escolares. Ambos foram construídos em parceria com a Escola de Formação Paulo de Tarso, organização não governamental que atua na região de Valença na execução do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), vinculada ao Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido da ASA Brasil (Articulação no Semiárido Brasileiro).
A Escola Municipal Liberato Vieira começou a desenvolver as atividades na área da educação contextualizada no semiárido a partir de agosto de 2012, quando foi contemplada com o Projeto de Formação de Educadores no contexto do Semiárido, desenvolvido pela Universidade Federal do Piauí, sob a coordenação do prof. Elmo de Souza Lima.
Com o apoio pedagógico da UFPI e da Rede de Educação no Semiárido Brasileiro, a equipe da Escola Liberato Vieira passaram a desenvolver um processo de reorientação curricular voltado à valorização dos conhecimentos e saberes produzidos na comunidade e ao desenvolvimento de projetos educativos que ampliassem o olhar dos educandos acerca das riquezas sociais, culturais e econômicas da comunidade, promovendo uma maior valorização e aproveitamento das potencialidades locais.
De acordo com a Diretora da Escola, Reginalda Alves, com o trabalho de resgate das tradições locais, a valorização da culinária, a divulgação das possibilidades de desenvolvimentos sustentáveis, dentre outras atividades, a Escola vem ampliando a parceria com a comunidade e estreitando cada vez mais o diálogo com os educandos e as famílias.

sábado, 6 de setembro de 2014

III Colóquio Piauiense de Educação Contextualizada no Semiárido

O desenvolvimento de estudos e pesquisas continua sendo uma das estratégias para fomentar o desenvolvimento de práticas educativas contextualizadas no semiárido, associada à proposta de convivência e sustentabilidade. Diante desse contexto, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e a Rede de Educação no Semiárido (RESAB), realizarão nos dias 21 e 22 de novembro/2014, em Picos/PI, o III Colóquio Piauiense de Educação Contextualizada no Semiárido, com o tema: Políticas públicas de convivência com o semiárido.
O evento tem como objetivo fomentar a produção de conhecimentos na área da Educação para a Convivência com o Semiárido e educação do campo como forma de ampliar as políticas públicas voltadas à construção de práticas sustentáveis na região.
Durante os dois dias de eventos, serão desenvolvidas conferências, apresentações de trabalhos, mesas de debates, exposição de produtos do semiárido, apresentações culturais e trocas de experiências entre educadores, lideranças comunitárias e organizações sociais.
Neste evento, serão socializados os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos estudantes dos 2 Cursos de Especialização em Educação Contextualizada no Semiárido, em Oeiras e Valença, e os 3 Cursos de Especialização em Gestão e Políticas Públicas no Semiárido desenvolvidos em Picos, Paulista e São Raimundo Nonato, sob a coordenação da UESPI e a RESAB.
Os interessados em participar com apresentação de trabalho, poderão inscrever-se nas seguintes áreas temáticas:

1.    Ambiente Semiárido: aspectos sociais, culturais, históricos e econômicos.
2.    Educação para a convivência com o Semiárido;
3.    Educação e diversidade cultural;
4.    Currículo contextualizado;
5.    Prática pedagógica e recursos didáticos contextualizados;
6.    Educação do campo
7.    Educação ambiental no contexto do semiárido
De acordo com a coordenação do evento, as informações gerais sobre o período de inscrição e as regras de apresentação dos trabalhos serão divulgados nos próximos dias.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Semiárido brasileiro ultrapassa 23,5 milhões de habitantes


De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa), em quatro anos a população do semiárido brasileiro cresceu mais de 5%. A estimativa foi feita com base nas estimativas populacionais dos municípios em 2014, realizadas pelo IBGE. A população equivale hoje a pouco mais de 34% da população do Nordeste e a cerca de 12% da do País.
A Síntese foi divulgada nesta terça-feira (02/09), pelo Sistema de Gestão da Informação e do Conhecimento do Semiárido (Sigsab), uma ferramenta desenvolvida pelo Insa com a finalidade de reunir e disponibilizar informações e conhecimentos gerados para a região semiárida brasileira. 
A estimativa populacional para a região semiárida foi feita com base nas estimativas das populações residentes nos municípios em 2014, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira, dia 28 de agosto.
Segundo dados oficiais do Ministério da Integração, o Semiárido brasileiro abrange uma área de 969.589,4 km² e compreende 1.133 municípios de nove estados do Brasil: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. 

Mapeamento 
Em 2012, o Insa divulgou o livro 'Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro', elaborado com base no Censo Populacional divulgado pelo IBGE em 2010.
O mapeamento atende à necessidade de o Instituto disponibilizar informações atualizadas acerca das principais características populacionais da região semiárida brasileira, na busca de cumprir seu papel institucional, que é executar e divulgar estudos e pesquisas para o fortalecimento e o desenvolvimento da região.
 

terça-feira, 29 de julho de 2014

Grupo de trabalho discute novas propostas para a educação infantil no campo

O governo federal institui Grupo de Trabalho Interinstitucional para discutir proposta de Educação Infantil no Campo, formado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Educação (MEC) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), instâncias governamentais ligadas ao tema e representantes dos movimentos sociais. O grupo de trabalho tem o desafio de apresentar uma proposta para a ampliação da educação infantil no meio rural.

“A criação do Grupo de Trabalho marca um esforço de integração e articulação de políticas públicas, no qual se faz presente ações de promoção da autonomia das mulheres rurais aliadas aos direitos das crianças dos campos, das florestas e das águas”, afirma a diretora-geral de Política para Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DPMR/MDA), Karla Hora.
Ela explica que a ação contribui para sociabilizar o trabalho dos cuidados na infância, que na maioria das vezes fica para as mulheres. “A construção de creches e centros de educação, entre outras ações, também tem papel fundamental no combate a desigualdade de gênero no meio rural.”
As propostas, que foram apresentadas na sexta-feira (25), em Brasília, serão entregues ao Ministério da Educação e ao Conselho Nacional de Educação, que darão continuidade ao trabalho de discussão desses temas e à implantação das estratégias descritas.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A corrupção é uma das causas do fracasso da educação no Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente pesquisa demonstrando como recursos públicos da educação são mal utilizados pelos gestores públicos, prejudicando o acesso de milhares de crianças ao ensino público de qualidade.
De acordo com dados da Corregedoria Geral da União (entre 2011 e 2012), dos 180 municípios fiscalizados, 73,7% praticaram algum tipo de corrupção ou de desvio no uso dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação).
As práticas de corrupção vão desde o uso de recursos da educação para outras áreas da gestão pública, até a utilização das verbas públicas para o enriquecimento ilícito, com a aquisição de materiais didáticos e serviços de baixa qualidade ou até mesmo a prestação de conta de materiais e serviços não efetivados nas instituições de ensino.
Desse modo, a prática da corrupção está diretamente ligada ao processo de negação do direito a educação a que são condenadas milhares de crianças em todo Brasil. Com isso, se institui um círculo vicioso, pois o aluno (a) não aprende a pensar e sem pensar ele (a) não desenvolve sua cidadania consciente, por falta de emancipação.
O fato é que a década vem se perpetuando a lógica da corrupção no sistema público, alimentada, por um lado, pela ausência de uma formação crítica e cidadã da população e a ausência do controle social da população sobre a aplicação dos recursos públicos, por outro, pelas políticas clientelistas, assistencialistas e paternalistas instituídas historicamente que consolida ainda mais a lógica da dependência e da passividade da população.
O estudo da ONU demonstra que o combate a corrupção na área da educação depende principalmente da participação efetiva da população no controle social dos recursos público. São inúmeros exemplos onde o conhecimento local e a participação da população auxiliam no bom andamento dos processos necessários para se educar futuros cidadãos. O combate à corrupção passa por ampliar essas participações. Deixar apenas que governos dirijam as políticas públicas de forma livre e sem acompanhamento popular é acreditar demais no funcionamento de instituições que são compostas, no fundo, por nós mesmo, cidadãos.

É fundamental que o combate a corrupção se constitua como das pautas de luta dos movimentos sociais e grupos que lutam pela melhoria da qualidade da educação do país. Não adianta lutar pela ampliação dos investimentos na educação se esses recursos continuarem sendo usados de forma ilícita e irresponsável pelos gestores públicos. Além disso, o combate a corrupção também precisa ser discutido no contexto das práticas educativas.