O
resultado do IDEB 2017, divulgado recentemente pelo INEP/MEC, tem provocado um
verdadeiro alvoroço nos municípios brasileiros, principalmente no semiárido
nordestino, desencadeando fortes pressões e perseguições às escolas e aos profissionais
da educação.
É
preocupante a forma como as secretarias municipais de educação tem utilizado o
resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para coibir e limitar o desenvolvimento de projetos
educativos inovadores voltados à realidade dos educandos e a reflexão crítica
dos problemas sociais, políticos e econômicos que afetam as comunidades e o
país.
Sob a
influência do receituário neoliberal, as secretarias de educação estão
promovendo uma verdadeira caça as bruxas com relação às escolas e aos
educadores que não seguem os preceitos políticos e pedagógicos deste modelo de
educação neotecnicista, que prioriza o desenvolvimento das habilidades
cognitivas, exigidas nos exames e testes aplicados pelo MEC, em detrimento de
uma formação crítica associada ao desenvolvimento da autonomia dos educandos.

Ao
usar este argumento, as secretarias de educação atribuem aos profissionais da
educação a responsabilidade pelos baixos índices das escolas do campo e se
eximem da responsabilidade de garantir uma educação de qualidade para os
camponeses.
Além
disso, silencia diante da situação de exclusão e desigualdades sociais que
permeiam as comunidades rurais, que reflete fortemente no desenvolvimento sócio
educacional das crianças e adolescentes, fruto do descaso do poder público com
a população.

Elmo de Souza Lima - Doutor
em Educação e professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
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