domingo, 31 de julho de 2011

Programa leva mais de 2 milhões de livros a comunidades rurais

Lançado em 2003, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o programa Bibliotecas Rurais Arca das Letras já inaugurou 7.620 bibliotecas em 2.490 municípios. Mais de 2 milhões de livros foram distribuídos, principalmente em áreas rurais. “Esse povo é invisível e o objetivo das arcas é ajudar essas pessoas a conquistar visibilidade. Em sete anos já vemos um aumento do índice de leitura no campo, estamos conseguindo atingir o objetivo de formar lideranças culturais e de inserir a biblioteca na vida dos trabalhadores e estudantes do campo”, avalia Cleide Cristina Soares, coordenadora de Ação Cultural do MDA e do programa Arca das Letras.
O Programa Arca das Letras é uma iniciativa dirigida a famílias de agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Para fazer o material chegar a essas populações, o MDA se vale de parcerias com outros órgãos públicos, como superintendências regionais do trabalho, secretarias de agricultura e com sindicatos de trabalhadores rurais. Nas comunidades, voluntários são treinados para ser agentes de leitura, incentivar a participação da população e cuidar dos empréstimos dos livros. Mais de 15 mil agentes em todo o país já receberam esse treinamento.
De acordo com dados do MDA, o Estado do Piauí é o quinto no País com maior número de bibliotecas rurais Arca das Letras implantadas. O estado conta com mais de 534 bibliotecas rurais. O número de famílias beneficiadas com o programa chega a 43 mil, além de atingir a marca de mais de 115 mil livros distribuídos. O Estado possui 935 agentes de leitura capacitados pelo programa.
A composição da biblioteca muda de acordo com o perfil da comunidade, mas praticamente todas contam com autores consagrados como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meirelles, Luis Fernando Verissimo, Mario Quintana, Clarice Lispector, Shakespeare, Franz Kafka, entre outros. Também há livros de história, alguns técnicos e muitos gibis, que são, disparado, os preferidos em praticamente todos os povoados. No ano passado, o quadrinista Mauricio de Sousa doou para o projeto 300 mil gibis que já se espalharam pelos rincões do Brasil.
O principal objetivo do Projeto Arca das Letras é democratização do acesso ao livro e a leitura, pois de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, são lidos 4,7 livros por habitante ao ano, contabilizando os didáticos, número que cai bastante quando se leva em consideração apenas os lidos fora da escola: 1,3 por habitante ao ano.
As dificuldades aumentam nas cidades menores, onde os moradores são os que menos leem revistas e livros, os que não gostam de ler (59%, chegando a 76% entre os mais idosos) e não frequentam bibliotecas (83%). Nesses locais, as dificuldades declaradas pelos entrevistados configuram um quadro de má formação das habilidades necessárias à leitura: 17% leem muito devagar, 7% dizem não compreender o que leem, 11% não têm paciência e 7% não têm concentração. 
A leitura precisa fazer parte da vida das pessoas para que possamos aumentar o nível de conhecimentos sobre o mundo e consequentemente impulsionar as mudanças em nosso país, principalmente no meio rural.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Alunos do semiárido receberão computadores nas escolas

Os alunos das escolas públicas da rede estadual de ensino dos municípios Oeiras e São João do Piauí, no semiárido piauiense, serão beneficiados pelo Programa Um Computador por Aluno (Prouca), desenvolvido pelo Ministério da Educação e receberão um laptop.
No Piauí, 2.500 aparelhos já foram adquiridos, os quais já estão sendo repassados para as escolas. No total serão beneficiadas nove escolas públicas no Estado, das quais, cinco são da rede pública estadual e as demais da rede municipal de educação.
Segundo Alzira Lopes, coordenadora de Tecnologia Educacional, da Secretaria da Educação e Cultura (Seduc), as escolas localizadas em Nazária e União já estão de posse dos laptops. Contudo, o uso dos computadores por parte dos alunos só será efetivada com a chegada dos armários, onde serão armazenados os equipamentos e as suas baterias carregadas.
“Estamos em processo de licitação dos 51 armários, os quais custarão mais de R$ 200 mil”, enumera Alzira Lopes. Quanto à capacitação dos multiplicadores, a coordenadora ressalta que no fim do mês de março os profissionais já devem ter concluído o treinamento. Estes, por sua vez, serão responsáveis por repassar as informações aos professores. 
Durante a capacitação são enfatizadas a questão operacional, a aplicação da web 2.0, bem como o planejamento das atividades junto aos alunos. Além da disponibilização dos computadores, a Secretaria da Educação também está agilizando a instalação dos servidores, proporcionando conectividade à internet por meio da rede sem fio. “Todas as escolas que serão beneficiadas pelo programa possuem instalações básicas para receber a conectividade em rede sem fio”, enfatiza Alzira. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Professores participam do Curso de Especialização em Educação do Campo

Coordenadores, supervisores, professores formadores e técnicos participaram, de 26 à 28 de julho, do 1° Encontro de Formação do Curso de Especialização em Educação do Campo – Saberes da Terra, no Instituto Superior de Educação Antonino Freire – ISEAF.
O encontro objetiva discutir temáticas como: Políticas Públicas de Educação do Campo; Currículo Integrado e Planejamento na Educação no Campo; e Educação de Jovens e Adultos – Projovem Campo.
“Esse encontro proporciona a formação continuada para quem vai atuar na educação do campo, essa especialização é um marco na nossa educação, onde serão beneficiados 256 professores”, declara a coordenadora Estadual do Projovem, Evana Mairy.
O ProJovem Campo - Saberes da Terra oferece qualificação profissional e escolarização aos  jovens agricultores familiares de 18 a 29 anos que não concluíram o ensino fundamental.
Para o Secretário de Educação Átila Lira, “essa experiência vai nos ajudar com a educação no campo, contribuindo para um ensino de qualidade”. 
“É possível fazer mudanças e novas metodologias de ensino, proporcionar desenvolvimento sustentável e garantir a educação no campo”, frisa o consultor do Projovem Campo José Roberto.
Fonte: SEDUC

sábado, 23 de julho de 2011

tempo inclemente

Cá em minha terra
O tempo passa lentamente
Cedo acorda a passarada
Tem café pra toda a gente

Adalberto entrega o leite
Zé e Babá trazem pão quente
O sol nasce bem ligeiro
E o tempo passa lentamente

Tem estio, chuvarada
E Seu Miguel planta a semente
Nessa terra ensolarada
O tempo passa lentamente
Mandioca, farinhada
Carne assada e beiju grosso
Muita dança e cachaçada
Ao redor do forno quente
O tempo passa lentamente
Avoantes levam tiro
Peba é morto, tatu sente
Até cobra vem pegada
E Antenor vende a tenente
Pra caçador com rede armada
O tempo passa lentamente
Antenor é um capanga
Amigo de toda a gente
Fala mais que o homem da cobra
Canta até mulher de crente
Ouvindo o seu babujado
O tempo passa lentamente

Quando morre um cidadão
Todos fazem sentinela
Dão perdão e acendem vela
Comem bolo e caldo quente
Em velório nessa terra
O tempo passa lentamente

Todo santo é festejado
Promessa é ato presente
Marron, branco e encarnado
Veste o corpo dessa gente
São Francisco e Santo Antônio
Atende mulher exigente
Esperando sua graça
O tempo passa lentamente
Nas calçadas a tardinha
Senta o povo a conversar
Contam e ouvem abobrinhas
Tecem a vida do lugar
Uns apenas limpam a mente
Outros vivem a fofocar
Quem não tem o que dizer
Mata quem está doente
A vida alheia é lazer
E o tempo passa lentamente

Quebranto é mal costumeiro
Pega bicho e pega gente
Benzendeira tem serviço
Pra deixar povo contente
Pau de arruda livra olho gordo
E pinhão é atendente
Seu Antônio faz responso
E o tempo passa lentamente

O vaqueiro aboiador
Queima a pele no sol quente
Pega os bichos na caatinga
Tira espinhos, põe ungüento
Bebe água no barreiro
Enche a anca do jumento
Com o seu gibão de couro
É um homem atraente
No terreiro da sua casa
O tempo passa lentamente
Jumento é ser esquecido
Sem terreno, sem trabalho
Vive agora de andarilho
Pelas ruas da cidade
Quando o homem se lembrar
Do seu serviço prestado
Mascate, transporte valente
O tempo terá passado
Lentamente lentamente

Vaquejada é coisa certa
Chama o povo e junta gente
Pobres bois que eles derrubam
Caem na fita, se enfurecem
Até jumento sofrido
Tá na raia e se aborrece
Cavalos são bem tratados
Levam fama de intendentes
Pra quem engole poeira
O tempo passa lentamente

Pio IX tem de tudo
Personagens diferentes
TBA que só faz filhos
De homens tão imprudentes
Ritinha que não perdoa
Deslizes de nem um vivente
Conta tudo onde chega
Palavrões assustam a gente
Chico Elói que já morreu
Juntou ossos, formou gente
Lia estrelas, refletia
Fez consultas competentes
Ele não viu nem achou
Que o tempo passou lentamente
São poetas desta terra
Que acendem o sentimento
Por uma terra hospitaleira
Que agrada a muita gente
Verso, prosa e paródias
Nos falam de um tempo lento
Muitos são os escritores
De cordéis bem diferentes
Espalhando nossa história
Em um tempo inclemente
Nunca vi tempo insistente
Passa sempre de repente
Adormeço e abro o olho
E lá se foi o tempo da gente
Cassiano, Malaquias
Luis Peba, Altina e Maria
João, Zeca e mais Pereiras
Não me lembro nem o dia
Foi-se o tempo
Num instante
Inclemente, Ave Maria!

Rosilândia Melo
 
Fonte: rosadacaatinga.blogspot.com

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Força Tarefa denúncia irregularidades em colégio agrícola de Pio IX

A Força Tarefa Popular em visita a Pio IX constatou várias irregularidades na aplicação de recursos nas obras da Universidade Aberta e principalmente no colégio agrícola daquele município.
 A entidade deu início na última quinta-feira, a X Marcha Contra a Corrupção, quando está percorrendo até o dia 28 deste mês dez municípios da região semiárida do Piauí. Os municípios investigados são: Pio IX, Fronteiras, São Julião, Alagoinha, Monsenhor Hipólito, Francisco Santos, Santo Antônio de Lisboa, Bocaina, Sussuapara e Picos. 
De acordo com o levantamento realizado pela Força Tarefa, a construção do colégio agrícola teve início em 1994 e com prazo para ser concluída em 1997. Os recursos tiveram origem de parceria entre o Ministério da Educação e a prefeitura de Pio IX. A área construída é de 6.600m2, no entanto ainda hoje a obra está inacabada.
"A situação é revoltante. O lugar que deveria abrigar centenas de estudantes qualificando-os para melhorar o trato tecnológico da agricultura e pecuária da região é símbolo de descaso com o bem público. A morte e destruição da obra tiveram início em 1997, chegando em 2011 em completo abandono", afirma Arimatéia Dantas, cordenador da Marcha.
A população contribuiu com a FTP entregando copia de documentos relativos à obra. Os integrantes da marcha tiveram acesso ao convenio nº 00005164/95 celebrado em 29/12/1995 entre o município de Pio X, representado pelo prefeito da época, Sr.  Jose Antão de Alencar Neto e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A clausula primeira determina o objeto do convenio como sendo: “... concluir as instalações físicas da Escola Agrotécnica de Pio IX compreendendo a 1ª e a 2ª etapas, bem como equipamentos para seu pleno funcionamento. Contemplando a(s) ação(oes): - equipamento para escola; - conclusão de escola de primeiro grau”.
A clausula terceira estipula o prazo de 360 dias para conclusão. Por força de aditivo o prazo foi prorrogado até 22/03/97. Já a clausula quarta determina o valor conveniado  sendo R$  759.018,53 para o FNDE e R$ 75.901, 84 de contrapartida do município.  
Constata-se que outros valores já haviam sido liberados para construção da obra, pois este convênio é claro em afirmar que é para concluí-la. As verbas deveriam, também, comprar equipamentos para escola. Estas informações agravam ainda mais a situação. Não se tem noticias de onde se encontram todos os equipamentos. Agora a fiscalização se estende aos moveis e objetos que deveriam aparelhar a escola agrícola. 
"Os indícios são graves. Obra que envolve quase 1 milhão de reais, valores de 1995, exige não só da Força-tarefa Popular uma atitude firme, bem como da comunidade de Pio IX e das autoridades competentes".

Problema agrava-se 
A escola agrícola foi sepultada administrativamente. Convenio nº 7.93.05.0092/00  celebrado entre o município de Pio IX e a CODEVASF no montante de R$ 553.283,04. O pacto tem como objeto a implantação do Centro Vocacional Tecnológico de Pio IX. 
Ocorreu mudança de finalidade da escola agrícola e a nova destinação do prédio precisa ser discutida amplamente pela sociedade, Ministério da Educação e Ministério Público. Seria uma forma de sepultar definitivamente as eventuais irregularidades da obra e o paradeiro dos equipamentos? 
"Agora os fatos ganham publicidade e a comunidade de Pio IX, vereadores, prefeitos, trabalhadores, empresários, donas de casa, estudantes tem o dever cívico de buscarem respostas e a punição dos eventuais culpados". 
A Força Tarefa Popular visitou a Câmara de Vereadores, quando foi recebida pelo vereador Acacio Antão. Também visitou a juiza Nilcimar Rodrigues de Carvalho. A finalidade foi solicitar apoio, além de reforçar denúncias e reivindicar mais vigilância das obras e serviços públicos em Pio IX.
Fonte: Assessoria da Força Tarefa Popular

domingo, 17 de julho de 2011

Projeto de educação no semiárido é destaque no Programa Ação da Globo

A experiência de educação contextualizada desenvolvida pelo Projeto Canudos, coordenado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) foi destaque, neste último sábado (16/07), no Programa Ação transmitido pela Rede Globo.

A reportagem, com 22 minutos de duração, mostrou o trabalho construído no município de Canudos - Bahia na área da convivência com o semiárido. A experiência de educação contextualizada, desenvolvida nas escolas do município, foi um dos destaques por despertar nos alunos o interesse em conhecer a realidade do sertão e criar novas alternativas de desenvolvimento sustentável.

O projeto tem desenvolvido importantes e pioneiras atividades nessa região do semiárido baiano. “Atuamos com as potencialidades do povo e da cultura sertaneja, com foco no turismo histórico, agricultura irrigada e de sequeiro, pesca e piscicultura, educação para a convivência a realidade local e manifestações culturais”, conta Luiz Paulo.

Junto com a população local, os profissionais do projeto buscam soluções para os problemas enfrentados pelos produtores rurais, como a perda da produção de bananas em razão dos fortes ventos; e a diminuição dos peixes no açude em razão da pesca predatória. O Projeto Canudos também apóia a produção de mel, e do artesanato feito com fibras de bananeiras.

Educando através da cultural popular do semiárido


Apesar dos avanços tecnológicos e do surgimento de inúmeros brinquedos “modernos”, as brincadeiras relacionadas com o universo da cultura popular do semiárido ainda se apresentam como um grande atrativo no mundo da infância.  

São brinquedos e brincadeiras que reforçam os laços de afetividade, amorosidade e companheirismo que se traduz numa característica marcante da cultura sertaneja e contribui na afirmação de suas identidades.

No entanto, percebemos que, cada vez mais, as escolas deixam de utilizar-se desses recursos como ferramentas pedagógicas que potencializam os processos de aprendizagem e contribuem de forma significativa na reafirmação das identidades das crianças e adolescentes do semiárido.

É fundamental que as escolas estimulem as crianças a conhecerem os contos, lendas e brincadeiras tradicionais como forma de ampliar a expressão imaginativa e a criatividade criança. Com esse trabalho, a escola possibilita o desenvolvimento subjetivo dos alunos através da compreensão do mundo simbólico que permeia as tradições culturais do sertão.

As crianças do semiárido trazem em sua alma cultural essa dimensão forte da dança, da cantiga de roda, do reisado, dentre tantas outras manifestações culturais que podem transformar as escolas num espaço de ressignificação da cultura popular e de promoção de novas aprendizagens no campo do conhecimento científico, utilizando-se da alegria, do encantamento e da beleza da cultura local. Ou seja, as escolas precisam promover atividades pedagógicas que permitam que as crianças se apropriem da ciência de forma mais alegre e dinâmica, promovendo aprendizagens significativas.

A educação construída através da cultura popular reafirma o papel das crianças e adolescentes enquanto sujeitos do processo ensino aprendizagem e o seu protagonismo enquanto cidadão, possibilitando a melhoria da autoestima desses jovens e a valorização do semiárido enquanto lugar de produção de cultura, ciência e desenvolvimento.

Como diz a música “Comida”, cantada pelo Titãs, “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte...

Que possamos transformar as escolas do semiárido nesse espaço de celebração da vida, de produção novos saberes, de construção de novos sonhos e alegrias...
 Elmo Lima

Só um lembrete do Quintana ...



A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'

(Mário Quintana)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Agricultura familiar fornece comida saudável a escolas


Lei garante que pelo menos 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional da Educação sejam usados na compra de produtos da agricultura familiar. Grande mérito é reunir três campos estratégicos quando se fala de desenvolvimento social sustentável: educação, segurança alimentar e nutricional e inclusão produtiva dos pequenos agricultores.

Num município praiano situado na região Sudeste do Brasil, Dona Josefa, uma agricultora familiar, Joana, nutricionista da prefeitura, e Dona Rosa, merendeira de uma escola pública, têm hoje um propósito comum: tornar a alimentação escolar mais nutritiva e saudável, com a utilização de alimentos in natura, produzidos localmente. Essas três mulheres somam esforços para introduzir um alimento novo na alimentação escolar, cultivado com sucesso por diversos agricultores familiares da região, o inhame-rosa. Anos atrás, o inhame-rosa nem sequer era conhecido da população local, mas o alimento se mostrou muito adaptado ao solo da região e caiu no gosto dos produtores. Outros agricultores do município também têm fornecido alimentos diversos, frescos e de qualidade, para o cardápio da alimentação escolar. Dona Josefa, a agricultora, preocupa-se com a qualidade e continuidade de fornecimento de seu produto, garantindo mercado para sua produção que antes apodrecia em suas terras. A Joana se interessa não apenas pelos aspectos nutricionais da merenda, mas também pela construção de um diálogo permanente com agricultores da região, para identificar os alimentos que estes produzem e sua potencial utilização na alimentação escolar. Dona Rosa, a merendeira, cuida da preparação e apresentação dos alimentos para que sejam bem aceitos pelos alunos da escola.
O respeito à vocação agrícola local e o uso de gêneros alimentícios básicos, com predominância dos in natura, típicos da produção familiar, foram algumas das discussões que propiciaram a construção de pontes entre a alimentação escolar e a agricultura familiar no Brasil no decorrer dos últimos anos. Aos poucos essa pauta foi ganhando robustez e consolidou-se numa agenda que deflagrou o estabelecimento de novos arranjos políticos e institucionais para a criação do Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae), em sinergia com outras estratégias públicas de fortalecimento da agricultura familiar, entre as quais se destaca o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Uma refeição (saudável) por dia
O Pnae – criado oficialmente em 1954 pelo Ministério da Saúde, sob a inspiração de Josué de Castro, e depois transferido, em 1955, para o Ministério da Educação – é uma das mais antigas políticas públicas de segurança alimentar e nutricional (SAN) do país. A Constituição de 19881 deu novo impulso ao programa ao determinar no artigo 208, inciso VII, que é dever do poder público garantir, a todos os escolares do ensino fundamental em escolas públicas, o direito à alimentação no período em que ficam na escola. Sob gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), o Pnae deve movimentar em 2011 cerca de R$ 3,1 milhões, chegando a cerca de 45 milhões de crianças e jovens que frequentam as escolas públicas, o que equivale a aproximadamente 24% da população brasileira. O programa garante aos alunos pelo menos uma refeição ao dia, durante todo o calendário escolar.

Em anos mais recentes, graças à vontade explícita daqueles que defendem a SAN e o direito humano à alimentação adequada – leia-se de gestores públicos comprometidos e de ativistas da sociedade civil – é que se tomou a decisão ousada de vincular o programa da alimentação escolar às ações da agricultura familiar para que juntos pudessem impulsionar seus objetivos centrais: fazer chegar à mesa das escolas alimentos mais nutritivos, produzidos regionalmente e, portanto, mais frescos e saudáveis; e garantir um mercado local, assegurado pelo poder público municipal (Educação e Agricultura), com a possibilidade de gerar renda continuada e ainda fortalecer os circuitos locais da produção de alimentos. Esse foi o princípio da Lei 11.947/2009, cujo artigo 14 garante que pelo menos 30% dos recursos financeiros repassados pelo FNDE sejam direcionados para a aquisição de produtos da agricultura familiar, priorizando-se os assentamentos de reforma agrária, as comunidades indígenas e quilombolas. O grande mérito dessa norma é reunir três campos estratégicos quando se fala de desenvolvimento social sustentável: educação, segurança alimentar e nutricional e inclusão produtiva dos pequenos agricultores.

 Importa resgatar que as políticas públicas de segurança alimentar e nutricional vêm assumindo contornos mais nítidos nos últimos anos no Brasil, com o aumento da oferta de programas e ações, e também o crescimento expressivo do orçamento público para a área. Credita-se isso à prioridade proporcionada pelo “período Fome Zero”, estratégia política adotada nos oito anos do governo Lula para combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional. Nesse período, com a aprovação da Lei Orgânica de SAN (Losan) em 2006, a segurança alimentar e nutricional deixou de ser um “tema em discussão” e assumiu statusde política de Estado. O país passou a contar com precioso marco legal que, além de reconhecer que todos os brasileiros têm direito a uma alimentação adequada e saudável, estabelece que as políticas que garantem esse direito devem ser formuladas e ofertadas segundo o paradigma da universalidade, da gestão intersetorial e da complementaridade, de modo a se fortalecerem mutuamente, otimizarem seus orçamentos e conseguirem chegar aos titulares de direitos com a rapidez necessária. Em que pese essa conjuntura favorável, temos ainda muita estrada pela frente para que todos os que vivem em território nacional tenham seus direitos garantidos.

Insegurança alimentar
O problema da insegurança alimentar no Brasil é resultado de um modelo de desenvolvimento que concentra a renda e as terras e gera exclusão social no campo e nas cidades. É importante alertar que a ocupação do espaço agrário é definida por duas formas de produção de alimentos que se antagonizam: de um lado, o modelo agroexportador baseado na grande propriedade monocultora, privilegiada pelos financiamentos oficiais agrícolas e outras benesses da política econômica, e que destina sua produção basicamente à exportação de alimentos na forma de mercadorias (commodities); de outro, o modelo da agricultura familiar e camponesa, estruturado por pequenas propriedades de produção diversificada, voltada ao mercado interno e historicamente excluída dos programas de incentivo à agricultura, embora a quase totalidade de sua produção seja dirigida ao mercado interno (mais de 70% dos alimentos disponíveis no Brasil são produzidos pelo setor). A agricultura familiar, sem dúvida, contribui para garantir a segurança alimentar e nutricional da população, além de evocar os aspectos sociais da redução da pobreza rural e da relação sustentável com a natureza, no processo de desenvolvimento no campo.

Considerando a importância e o caráter inovador da política de Estado, um projeto de pesquisa está em curso sob responsabilidade de duas organizações não governamentais: a Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). A pesquisa, financiada e apoiada pelo FNDE e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), percorreu quinze municípios nas cinco regiões do país, entre novembro de 2010 e maio de 2011.2 Em cada localidade visitada, o objetivo foi verificar, com agricultores familiares, gestores e técnicos municipais e representantes da sociedade civil, os pontos positivos, as potencialidades e os desafios para pôr em prática o artigo 14 da Lei 11.947/2009, que determina aos municípios a compra de no mínimo 30% de produtos da agricultura familiar em nível local.
Os relatos3 apresentados no trabalho de campo vêm se mostrando reveladores. Eles dão uma pequena mostra do círculo virtuoso que vem se formando a partir do novo desenho para a aplicação do Pnae, que procura aliar a ampliação do mercado institucional para a diversificada produção de alimentos cultivados por agricultores familiares à garantia de uma alimentação de qualidade nas escolas.

Embora de execução recente, o artigo 14 fortaleceu um processo fundamental – desencadeado anteriormente pelo PAA e por outras iniciativas públicas – de valorização da agricultura familiar no Brasil, com a ampliação do mercado institucional voltado para a aquisição de produtos de agricultores menos capitalizados. Os resultados, ainda muito preliminares, apontam para uma via promissora, já que é possível observar, em alguns municípios, o engajamento de gestores municipais para retirar da invisibilidade pequenos produtores, identificando, em sua produção, os alimentos que podem ser utilizados na alimentação escolar. Observa-se a aproximação entre os pequenos produtores, os agentes públicos, as merendeiras e os consumidores finais – os alunos. Valorizam-se os produtos regionais, e a economia local é aquecida.

Desafios atuais

Muito embora a iniciativa seja meritória e já esteja gerando frutos, alguns desafios necessitam ser mais bem enfrentados e ainda há muito a ser feito. As diferenças inter-regionais e os déficits de informação e de capacitação tanto de gestores quanto de agricultores são desafios que precisam ser superados para que a iniciativa se consolide. Deve-se investir na organização dos processos e procedimentos administrativos simplificados necessários para a operacionalização do artigo 14 da Lei, em âmbito municipal. É muito importante que a gestão do Pnae seja feita por gestores locais capacitados e comprometidos com o potencial social do programa. Além disso, é preciso democratizar e facilitar o acesso das informações aos agricultores, mantendo-se canais de comunicação e diálogo social permanente, para que estes se fortaleçam enquanto produtores ativos.

Uma coisa é certa: a agricultura familiar no Brasil precisa de incentivos para que possa se fortalecer. Mais do que produzir alimentos, os agricultores familiares produzem saberes e mantêm viva a diversidade alimentar brasileira, um de nossos maiores patrimônios. Como bem ilustra a fala de uma agricultora na região Sul do país, em meio a uma roda de conversa: “[...] o que eu quero é continuar plantando, apesar de tudo; eu quero continuar sendo agricultora, porque está no sangue [...]. Só quero condições para melhorar e continuar sendo agricultora. Eu não quero sair de lá [da terra], eu quero que meus netos tenham uma vida boa, água saudável, alimentação de qualidade, que as crianças sejam criadas comendo um alimento mais sadio”.

Marília Leão (Enfermeira-sanitarista, Mestre em educação (UNB) e presidente da Abrandh)
Juliana Rochet  (Advogada, Doutora em Política Social (UNB) e vice-presidente da Abrandh)
Ana Claudia Santos (Geógrafa, é mestre em Ordenamento Territorial e Ambiental (UFF) e pesuisadora do Ibase).
Vivian Braga (Antropóloga, Mestre em Desenvolviemnto, Agricultura e Socieda (CPDA/UFRRJ) e pesquisadora do Ibase).
Fonte: Revista Le Monde Diplomatique

sábado, 9 de julho de 2011

Educação do Campo e convivência com o semiárido: o caminho para o desenvolvimento

Vídeo produzido pela Caixa Ecônomica Federal mostra como a Educação do Campo pode contribuir significativamente na implementação das práticas de convivência com o semiárido. Através da educação, educadores e organizações socais do campo pode discutir com a comunidade novas alterantivas de desenvolvimento para as comunidades a partir do aproveitamento das potencialidades da comunidade. Ou seja, com a democratização do conhecimento as comunidades rurais descobrem novas formas de viver e produzir no campo, malhorando significativamente sua qualdiade de vida e evitando o êxodo.

A Educação do Campo deve ser levada a sério pelas organizações socais e os educadores nas comunidades do semiárido, pois torna-se difícil se consolidar os projetos de convivência com o semiárido sem que se tenha a escola como uma parceria nessa luta. Então vamos nos mobilizarmos para transformar as escolas do campo num espaço estratégico para a difusão do conhecimento acerca da convivência e do desenvolvimento sustentável.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pesquisas demonstram desafios das escolas do campo no Piauí

As alunas do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí,  Joanice Pereira de Sena e Anny Camila Lima Rodrigues, desenvolveram suas pesquisas de conclusão de curso sobre a educação do campo no Piauí. A primeira fez sua pesquisa na Escola Municipal Cerâmica Cil e, a segunda, pesquisou a Unidade Escolar Lucas Meireles, localizada no Assentamento 17 de abril, ambas no município de Teresina-PI. O trabalho foi desenvolvido sob a orientação do professor Elmo de Souza Lima.

Imagem extraída do livro de Estudos Sociais
Dentre os principais desafios identificados nas pesquisas, destacaram-se: a má formação dos docentes para atuar nas escolas do campo, já que no Estado são poucas experiências na área da formação de educadores do campo. Por tanto, a maioria dos professores que atuam na educação do campo não compreendem seus os princípios e reproduzem nas escolas do meio rural os projetos educativos desenvolvido na cidade; a utilização de livros didáticos que não fazem uma discussão sobre do campo do piauiense e nem permite uma compreensão dos aspectos sociais, políticos e econômicos do meio rural. E pior, reproduzem imagens estereotipadas sobre o campo e sua população, ampliando o preconceito acerca da cultura da população componesa.
Além disso, as pesquisas evidenciam ainda as precárias condições em que se encontram as escolas do campo, tendo em vista que a maioria dessas instituições não possui biblioteca, laboratório de informática, laboratório de ciência, dentre outros equipamentos necessários para o desenvolvimento de uma prática educativa de qualidade. Fica evidente também que em muitas escolas do campo a estrutura física não é adequada à demanda da escola.
Escola do Assentamento 17 de abril - Teresina
Os dados levantados pelas pesquisas reforça a posição dos movimentos sociais do campo quando denunciam que o Piauí não tem uma política de educação do campo e que o ensino oferecido nessas instituições de ensino não consideram as especificidades locais e nem oferece as condições para que os jovens desenvolvam-se enquanto sujeitos capazes de construir novas políticas de desenvolvimento sustentável para essa região.


Saiba mais sobre situação da educação do campo no Brasil:

Educação no campo e o retrato do ensino rural no Brasil

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ecoescola apresenta resultado de projeto em produção orgânica

Cerca de 400 pessoas participaram da atividade em Pedro II
Desenvolvido desde agosto do ano passado, monitorado e assessorado até o presente momento por uma equipe técnica da Ecoescola Thomas a Kempis, o projeto Eco Verde de produção orgânica apresentou seus resultados no último sábado (02/07). A atividade ocorreu na propriedade de Seu Oliveira e Dona Ceiça, em Barro dos Lopes, localizada a oito quilômetros da sede do município de Pedro II, no Piauí.

O evento aconteceu durante o dia inteiro, com uma vasta programação que ia desde a visitação ao local de produção onde havia stands explicativos, até a apresentação de palestras relacionadas ao tema.

Estiveram presentes no dia de campo alunos/as da Ecoescola, também alunos da Escola Família Agrícola Santa Ângela (Efasa) e outros convidados como representantes de instituições, autoridades da área, professores e representantes de organizações parceiras que apoiavam o evento. Segundo a organização, a presença de jovens filhos de famílias agricultoras famílias foi tida como muita positiva.

O DIA DECAMPO
O dia de campo apresentou três momentos distintos em sua programação. Primeiro houve a acolhida e visita as áreas de plantio com exposições sobre o tema. Depois houve o momento de cerimônia com a fala dos representantes de instituições presentes. O terceiro momento foi reservado para as várias palestras sobre agroecologia assessorada pelo grupo Cajui de Parnaíba, em parceria com alunos/as de agronomia da Universidade Estadual (Uespi), núcleo daquela cidade.

O PROJETO
Roça orgânica usa materiais orgânicos para adubar o solo.
A iniciativa do Eco Verde partiu da ideia da Ecoescola Thomas a Kempis apresentar às comunidades de Pedro II e região um projeto alternativo para produzir de forma orgânica, sem que pra isso seja necessário desmatar as matas nativas da região como tradicionalmente acontece.

A partir daí, a família de Seu Oliveira e Dona Ceiça disponibilizou-se a fazer um teste em uma determinada área de sua propriedade. A área foi dividida em quatro partes, com 400² de tamanho cada. Uma parte foi aradada, em outra foram preparadas leiras, a outra foi preparada no sistema tradicional da região, sendo desmatada e queimada (chamada roça no toco) e uma outra preparada no sistema orgânico, sem queimar, sendo preparada apenas com restos de folhas e outros materiais orgânicos. Todas foram plantadas no mesmo dia com milho e feijão.

O DESENVOLVIMENTO
A partir desse estágio, todo o processo foi catalogado, cada fase de crescimento das plantas foi acompanhada. Foram anotadas também todas as despesas realizadas e, por fim, o resultado final para depois comparar a que dá menos trabalho, menos gasto e maior produtividade. Todo esse processo foi assessorado pelos técnicos Robert Fontinele e Raimundo Sousa com acompanhamento dos alunos/as do 2º ano do Ensino Médio da Ecoescola do Centro de Formação Mandacaru de Pedro II. A exepriência teve início em agosto do ano passado e foi concluído agora em junho, mês de colheita.

A idéia da Ecoescola era mostrar que uma roça orgânica ganha das demais em todos os itens: produção, gastos, tempo de serviço além de não precisar mais desmatar outros locais para fazer roça porque todo ano pode-se produzir naquele mesmo local. Mas só era possível apresentar isso de forma concreta a partir da prática numa mesma área. Por isso foram plantadas as quatro modalidades na mesma propriedade, uma ao lado da outra, assim ficaria prático comparar e apresentar os resultados para o público. Por isso a realização desse dia de campo para a população ver e compreender.

Os números apresentados no evento pelos técnicos e alunos/as, foram de impressionar. Os custos com mão de obra foram de R$150,00 para a roça no toco e de R$ 125,00 para as roças aradada e na leira. Já na roça orgânica, o custo caiu para R$ 75,00.

Com relação à produção na área, a roça orgânica conseguiu produzir 62 kg de feijão e 70 kg de milho, valor extremamente superior, chegando a mais que o dobro que a quantidade produzida na roça no toco, por exemplo, que só produziu 26 kg de feijão e 20 kg de milho. A roça aradada produziu 24 kg de feijão e 60 kg de milho e a roça na leira, 30 kg de milho e 34 kg de feijão.

Segundo a equipe, também numa projeção de custo x benefício entre a roça tradicional, (roça no toco) e uma roça orgânica em um hectare, para a produção deste ano seria de R$ 3.750,00 para a roça tradicional que produziria 650 kg de feijão e 500 kg de milho. Já a roça orgânica produziria 1.562 kg de feijão e 1.750 kg de milho, com uma despesa em mão de obra e alimentação de R$ 1.875,00.

Na informação da equipe, uma roça orgânica produz mais, consome menos e degrada menos ainda o meio ambiente. Ainda oportuniza a produção na agricultura familiar, promovendo sustentabilidade ambiental.

OS PRIMEIROS FRUTOS
Segundo Seu Oliveira, proprietário da área que serviu de experimento, dois agricultores locais já estão prontos para trabalhar esse método de produção através da roça orgânica. “No início é difícil acreditar, afinal, muitos serviços praticados aqui são contrários aos que fazemos há anos. Mas no final, o resultado é compensador, pois além de produzir bem, preservamos a natureza”, afirmou.

Para o técnico Robert Fontinele, as famílias que aceitam começar a produzir de forma agroecológica devem crer nos resultados. “Quem produz precisar acreditar que não é mais possível plantar desmatar e queimar tudo pela frente para plantar e no ano seguinte fazer o mesmo já em outro local. É preciso produzir o alimento sim, mas de forma ecológica preservando a biodiversidade. Produzir através da agroecologia”, reforçou.
Neto Santos - comunicador popular da ASA - Pedro II - PI